Olá, vaquinha!
Coisa boa você começando a nos acompanhar ou nos acompanhando desde o começo!
Nós vamos nos apresentar de novo e diferente, beleza?
Somos duas amigas que hoje vivem lejos (Brasil-Mexico), mas mantêm o laço e as discussões ativas. Aqui exaltamos mulheres, cis, trans, queer, exaltamos a natureza e os animais, a arte, aprendemos histórias, personagens, receitas e comidas, te vacinamos contra macho e fake gurus, e, especialmente eu Cassimila a vegana do rolê, busco te incentivar a ser o mais antiespecista possível (bora veganizar em 2023?).
Nossa news é como uma revista, tem algumas colunas fixas (Vaca Profana e Tem que Ler) e de vez em quando temos edições especiais: já teve especial Índia, especial cocô, especial chocolate, especial povos originários, especial amor… Já leu essas?
Sejam MUITO bem-vindas!
Cassimila e Sarah
Vaca Profana
Imagina você ser internada por sua “personalidade psicopática amoral”? Não entendeu sobre o que se trata? Basicamente, ser internada em um hospital psiquiátrico porque no passado você foi prostituta. Foi o que aconteceu com Aurora Cursino dos Santos, nossa homenageada de dezembro, que foi diagnosticada também com esquizofrenia e psicose paranóica. Nascida em 1896, Aurora fugiu do seu esposo um dia depois de ter se casado - forçada pelo pai. Para conseguir sobreviver, passou a fazer programas. Juntou dinheiro, chegou até a Europa. De volta ao Brasil, foi estuprada por um homem que se recusou a atender - e que, pasme, a denúncia não levou a nada, porque a pena para quem estuprava prostituta era muito leve. Com isso, Aurora tentou trabalhar como empregada doméstica e enfermeira, e ficou sem dinheiro até ser internada em um manicômio. E aí vem o plot twist (se é que posso chamar assim) da história. Enquanto estava hospitalizada nesta instituição, começou a frequentar as aulas de arteterapia, comandada pelo brasileiro Osório César. Aurora pintou mais de 200 quadros e desenvolveu um estilo próprio, hoje considerado relevante para a arte brasileira. Sua obra retrata seus demônios ao ser considerada uma “marginal” no país e diz muito sobre o que ela pensava sobre o patriarcado e a falta de direitos das mulheres. Para conferir a história completa de Aurora e ver alguns de seus quadros, clique aqui. Cassimila está doida por esse livro aqui. (SM)
Uma história leva à outra
Não faz tanto tempo assim que ver tutoriais de moda com modelos “fora do padrão” era completamente incomum e até impensável. Hoje, as páginas das revistas vão ganhando mais diversidade - longe do ideal, claro -, mas caminhamos. A Adidas, inclusive, tem se tornado um exemplo de como posicionar sua marca a favor da diversidade, com fotos de pessoas reais em seu site, com as roupas que, de novo, nem tão pouco tempo atrás assim não era acessível para a maioria de nós. Me deparei este mês com a história da Laura Wasser, uma modelo amputada, que perdeu a perna direita depois de sofrer o Choque Tóxico. Laura pode continuar sua carreira, inclusive, é uma das capas da Elle brasileira de dezembro. A história dela sobre como perdeu a perna foi o que me impactou. O choque tóxico pode acontecer por esquecimento de um tampão na vagina e pode levar à morte. Isso, então, me fez querer falar sobre algo que eu odeio em ser mulher, que é a menstruação. Me sinto completamente hipócrita em admitir isso aqui, mas a real é que para muitas de nós acaba sendo um martírio durante 70% da vida. Eu, por exemplo, não sei o que é um mês tranquilo. A impressão que eu tenho é que vou passar meus melhores anos procurando métodos que me salvem desse incômodo mensal. Parece que todas as escolhas para poder ter um período tranquilo tem riscos. O tampão parece ser uma decisão acertada, porém, se você tem um fluxo intenso, precisa trocar com certa frequência e estar sempre atenta para não esquecer. O absorvente, deixa cheiro, evita que a ppk respire, pode vazar e ainda por cima, é ruim para o meio ambiente. Ah, nossa, mas e a copa menstrual? Prática, sem cheiro, amiga do meio ambiente, porém, se você fica o dia todo fora de casa e precisa limpá-la num banheiro público para trocar, bem…não aconselho. Minha mais recente tentativa são as calcinhas absorventes, que podem ser reutilizadas e têm alta absorção, segundo o fabricante. Já contra as dores mensais que chegam pontualmente, ah, isso também é outro tormento. Na última news do ano, eu me rebelo contra qualquer coisa que exalte a menstruação, entendendo que isso não me faz menos mulher ou feminista. (SM)
Burnô
Vi um tweet esse semana da mãe de uma pessoa que chama “burnout” de burnô. Achei uma forma chic - e bem humorada - de tratar um dos principais problemas de 2022. Sim, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “burnoutinho” é uma doença ocupacional e foi a mais falada durante o ano que termina. E como chegamos até aqui? Com aquele papo maldito de “encontrar propósito”, em “trabalhar com o que se ama e nunca mais ter de trabalhar”. Durante os últimos 10 anos, fomos fundo nesse papo toxicamente positivo de atrelar trabalho com prazer, algo completamente geracional. E agora, bem, agora a gente lida com o monstro que ajudamos a criar, tendo que reeducar a máquina - e nossos chefes - de que precisamos sair no horário e isso não me faz menos produtivo ou que cuidar da nossa saúde mental é importante para um bom desempenho. Parece óbvio, né? Mas que atire a primeira pedra quem tem mais de 35 anos e já cancelou planos com amigos por terminar uma tarefa depois do horário do trabalho para evitar olhares sorrateiros ou comentários como “tá desmotivade?” ao tentar sair no horário. Temos muita culpa nisso, embora tenha confiança também que podemos virar esse jogo, começando em colocar uma meta de descansar mais no ano que entra. (SM)
Transição para o Veganismo #1
Resolvi começar a escrever aqui uma coluna de apoio para vocês que entendem, mas encontram dificuldades de viver o veganismo. O mais difícil da transição, alguns aqui já sabem, não é tirar o queijo, a manteiga, o chocolate: É O SOCIAL!!! Muita gente vai te criticar, vai olhar feio, vai fazer perguntas absurdas, piadas infames, vai falar que “nunca conseguiria” sem você nem ter perguntado se ela quer ser vegana. Tem gente que é muito próxima e vai viver te boicotando! Tem festa que só vai ter batata pra você. Haja paciência, antiespecistas do meu core, HAJA PACIÊNCIA!
Por isso hoje quero falar para vocês que já estão com o coração cheio de amor pelos animais e pela natureza: fortaleçam seus vínculos com pessoas veganas. Esse é um ótimo primeiro passo, ir integrando a conexão que você já é com a natureza, com novas conexões entre animais humanos na mesma caminhada. Fazendo amizade, seguindo gente fina no insta (influencers e profissionais da saúde veganes), tendo parceria para frequentar seu rodízio vegano favorito, ouvindo o Outras Mamas, participando de grupos que fazem ações sociais ou leem livros bacanas, indo na feira vegana da sua cidade e conhecendo gente, quem sabe até planejando uma viagem vegana para 2023 com a queridíssima Ju da @vegan4youbrasil. Veganes e quase veganes, uni-vos! (CE)
Vulcões Ativos
Sou fascinada por vulcões ativos, por magma, lava. Uma realidade logo aqui embaixo do nosso nariz, profundeza intensa, pronta pra causar, pra provar que nada disso aqui tem o poder que ela tem, e a gente mal lembra. Venho aqui compartilhar meu queixo caído com o videoclipe novo da Bjork. Essa mulher constantemente me arrepia, mas ó, com um vulcão ativo de fundo, homenageando a mãe falecida… Vejam a performance ao vivo! (CE)
Tem que Ler *AS MELHORES LEITURAS de 2022* por MIMA PAES
Como eu já passei o ano indicando livros para vocês, deixo esta edição especial de “Melhores do Ano” para a querida amiga vegana curadora do Pássaro Livre Clube de Escrita e Leitura: Mima Paes (MP). Pedi 3, só de autoras (vocês já sabem como funciona aqui na Feganismo, né?), mas com o tanto que essa mulher lê, ficou pouco, então com vocês os 5 livros mais maravilhosos do ano da Mima (CE):
Becos da Memória da Conceição Evaristo: se tornou especial , pois fizemos a leitura inteira do livro em voz alta, só por mulheres , no programa vocacional na biblioteca Nuto Santana , realizado pela escritora Anna Zepa.
Memória de ninguém da Helena Machado: desde a primeira página foi impactante. Traz as memórias de um pai que ela teve e conviveu, história de família. E para mim tudo que remete a memória é sempre muito caro, tenho um pai desaparecido há mais de 30 anos , e a memória dele , eu tento manter viva , mesmo que seja fragmentos , quando eu escrevo , minha escrita é toda na busca pela memória, pelo que vivi ou gostaria de ter vivido . Memória de ninguém me atravessou . E ela participar do encontro no nosso clube Pássaro livre , foi muito especial
A elegância do ouriço de Muriel Barbery: este livro recebi da companhia das letras , ele me conquistou , lindo e encantador , a todo momento trazendo grandes reflexões, sobre a vida , a arte , o tempo e o amor. A história de uma senhora , Renée , zeladora de um prédio em Paris , que vive há muito tempo tentando passar despercebida, uma amante das artes e da literatura , tem um gato chamado Leon . Paloma uma adolescente muito inteligente que filosofa sobre a sua vida e planeja sua morte , um senhor japonês misterioso .
O Parque das irmãs magníficas de Camila Sosa Villada: eu assino a tag curadoria e este livro chegou em meados de março , não conhecia nada sobre a autora , essas surpresas boas que a literatura faz acontecer . Camila nos apresenta um realismo fantástico , verdadeiro , belo , cruel , violento e poético . Uma escrita fascinante de um mundo tão desconhecido por muitos , um livro muito importante . A fúria travesti e a festa que há em ser travesti.
O Som do Rugido da Onça de Micheliny Verunschk: esta obra maravilhosa , li recentemente, e pasmem em 1 dia , quando uma leitura me suga para sua história, eu não consigo parar de ler , ela me hipnotizou, leitura fluida , personagens incríveis , meu primeiro livro dessa autora , fiquei encantada .Faço das palavras de Ailton Krenak as minhas ... Palavras mágicas com poder de criar mundos (MP).
Receitinhas
Tem duas novas no blog, fáceis e deliciosas para você variar seu cardápio. (CE)
Em cartaz
Quando virei lacto-vegetariana, há 17 anos, eu estava exatamente nesse contexto do documentário MUCO, Contradição na Tradição. Vale muito a pena ver! Confere aqui se está passando na sua cidade! Já fizemos lista pra você não cair em armadilhas espirituais, lembra? Vale o reforço!
Adorei especialmente ver a Vandana Shiva falando no documentário. Encerramos a edição do mês com o Ecofeminismo segundo essa maravilhosa. (CE)
Eu nunca consegui ser vegana, mas eu fui vegetariana por alguns anos.
Acabei voltando a comer carne depois de um tempo, mas tenho pensado seriamente em voltar a dieta veg. É muito bom ler conteúdos sobre, dá um incentivo legal.
E eu super concordo, a pior parte é o social. As pessoas falam que os veg são chatos, mas a grande verdade é que os carnistas são chatos. Sempre perguntando porque vc não come carne e dizendo que a gente vai morrer. Chato demais.
Amei esta seção da transição para o veganismo. Estou pensando em fazer um experimento em janeiro, mas tenho medo de ficar sem queijo... É onde afundo minhas mágoas! Se rolar, passem dicas para substituir queijo em alguma edição! Beijo beijo, suas lindas