Oi, !
Nos intervalos do trabalho e das tarefas pessoais e familiares, passamos o mês atentas ao que pode ser tema para a nossa Feganismo.
Esperamos que goste das homenagens e reflexões desse mês!
Abraços,
Cassimila e Sarah
VACA PROFANA
“A bicicleta fez mais pela emancipação das mulheres do que qualquer outra coisa no mundo”. Nós já falamos essa frase aqui. E mais, nós já dedicamos toda uma edição para essa companhia deliciosa que é a bicicleta, sendo ela própria a Vaca Profana naquela ocasião. A diferença é que hoje a homenageada é uma mulher ciclista, a venezuelana Julieta Hernandez, assassinada cruelmente em dezembro de 2023 no Brasil. Julieta tinha total confiança na bicicleta e viajava pelo Amazonas com ela, fazendo apresentações circenses por onde passava. Os amigos deram falta nela quando pararam de receber notícias e foi graças às partes da bicicleta que foram sendo encontradas, que o caso pode ser desvendado. Julieta foi torturada, estuprada e queimada por um casal que morava de favor no refúgio que deu abrigo à ela na noite que foi morta. Nós mulheres continuamos a ser questionadas quando saímos sozinhas, sempre em risco, sem paz. Mesmo que o nosso estilo de vida seja o mais “livre” possível, nunca estaremos inteiramente seguras. (SM)
NON-ALCOHOL, PLEASE!
Na edição passada, mencionamos o fato de Cassimila não consumir mais álcool e eu ter baixado o meu consumo em mais de 90%. A vida seguiu e uns dias depois vi um reels da lendária Jana Rosa (conhecida no início da internê como @agoraquesourica) sobre ela contando como é a vida dela, sendo alguém muito bohemia, sem álcool há 5 anos. O relato já é bem legal, mas bom mesmo é o episódio de podcast que ela e outra convidada, a Camila D’Anuziata fizeram sobre sua relação com o álcool e como adaptaram a sua vida às expectativas dos outros. O que elas comentam é bem real: são os outros que não se sentem à vontade quando você não toma álcool. Deixo aqui o link, caso esta recomendação faça sentido para você! (SM)
DE VOLTA ÀS RECEITAS DO PASSADO
Mantenho um blog de receitas, apesar de postar muito pouco por lá. Nesses quase 20 anos de vegetarianismo desenvolvi paixão e intimidade com a cozinha, mas alguns pratos ficaram em fases do passado. Resolvi revisitar algumas receitas que estão lá e há muito eu não fazia. Que coisa estranha, escolhi uma receita que, eu lembro, tinha muita intimidade. Fiz para presentear amigos, comemorar aniversários, fiz porque quis sem nada especial acontecendo. Agora, parecia uma amiga estrangeira… que não vejo há anos. Ainda somos amigas, mas…. por onde você andou mesmo? Por umas duas horas me dediquei a recriar essa intimidade e lá estávamos nós, íntimas de novo. Brownie de amêndoas voltou pra ficar, perfumou minha casa e pode perfumar a sua também! Mesmo eu achando que o preço da amêndoa não é mais como antes. Veja aqui o vídeo que fiz sobre as etapas do processo e confira a receita no blog. (CE)
AMOR É CRISTÃO, SEXO É PAGÃO
Planejamento familiar é um direito assegurado pela Constituição brasileira, aparentado como lei desde 1996. Então, o que acontece quando você, mulher, solicita colocar um DIU (dispositivo intra uterino) para evitar a gravidez em uma instituição dita “católica”? Lembrando que, neste caso, o procedimento seria pago por você? Imagina a surpresa da jornalista Leonor Macedo quando recebeu a negativa do hospital São Camilo que realizar o procedimento por ser uma instituição católica? No posicionamento da Instituição, eles dizem que pelos valores que a regem, tais procedimentos só são feitos quando há risco de manutenção à vida. Surpresa? Eu também fiquei. Mas, e aí? O que acontece depois disso? Legalmente falando, um profissional da saúde pode, sim, recusar realizar procedimentos que possam ir contra seus valores éticos e morais, contudo, o caso é um pouco diferente a respeito de uma instituição. A discussão proposta pela BBC neste link sobre esta questão é interessante e bem valiosa! (SM)
LER E OUVIR ELAS
Há 5 anos me determinei a ler mais mulheres e consegui.
Em 2019 elas eram autoras de 27% dos meus livros;
em 2020, 43%;
2021, 61%;
2022, 65%;
e em 2023, 69%.
(Sim, eu anoto tudinho)
Me dou por satisfeita com essa proporção e assim pretendo seguir. Dentro desses cálculos também tento ler mais o sul global, descolonizando as leituras.
Acontece que comecei a me incomodar com as listas de música. Não sou a pessoa mais musical do mundo, difícil até mapear isso sendo que não uso só um streaming, ou só streaming, mas resolvi conscientemente buscar ouvir mais mulheres da música e aqui estão meus dois álbuns favoritos de artistas nacionais (já ouvi várias vezes inteiros e não canso):
Geovana - Quem tem carinho me leva
Cátia de França - 20 palavras ao redor do sol
Minha parceira de newsletter é fã de vinis e grande defensora de se ouvir o álbum na ordem planejada pelas artistas. Não foi nada difícil pra ela montar uma listinha. Aqui ficam as dicas da Sarah:
Roberta Sá - Delírio
Natalia Lafourcade - Un canto por México, volumes 1 e 2
Liniker - Indigo Borboleta Anil
Mercedes Sosa Interpreta a Atahualpa Yupanqui
Conta pra gente nos comentários: quando foi a última vez que você ouviu um álbum completo de uma artista de uma região não privilegiada? Qual foi? Já ouviu algum desses álbuns que recomendamos? (CE)
TEM QUE LER
O livro “Coração na aldeia, pés no mundo” da Auritha Tabajara está no meu radar faz tempo, sempre achei a capa linda demais e achei que iria gostar. Visitando a exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários no Sesc Ipiranga, São Paulo, pude folhear e lembrei que ele era em formato de cordel e com xilogravuras também feitas por uma mulher: Regina Drozina. No dia seguinte já entrei na Livraria Maracá (especializada em literatura indígena e idealizada por uma mulher incrível - Aline Franca - que hoje é Coordenadora-Geral de Leitura e Bibliotecas no Ministério da Cultura) e comprei o meu. O livro é pra ler numa sentada só (adoro!), belíssimo, emocionante, forte porque traz muito da história real da autora. Vi e revi as xilogravuras lindas… é imperdível e BONITÃO!
Conheça um pouco mais sobre a autora nesse vídeo. (CE)
PRA VALORIZAR/ RADARZINHO
Novos estudos apontam que misturar banana com frutas vermelhas e açaí (ricos em antioxidantes) pode não ser uma boa ideia! A querida banana reduz drasticamente os flavonoides e, como sou fã dos benefícios das vermelhinhas com a cremosidade das bananas, vivo um pequeno luto. Leia mais aqui.
O Bloco Afro Ilú Obá De Min, fundado e tocado por mulheres negras, abre há 19 anos o Carnaval de São Paulo (sempre homenageando mulheres negras) e nesse ano vem com o enredo Família Franco - Marielle. Nunca viu esse acontecimento divino ao vivo? Considere. E saiba mais aqui no site delas. E se animar vale conferir a série Atunko que acompanhou 6 meses de ensaios do Bloco. (CE)