Oiê!
Cola aqui que é sucesso!
Não tem como começar essa news sem falarmos da Gal, né? A gente recomenda muito que você faça a leitura dessa edição ao som dela, cantando Vaca Profana.
Cassimila e Sarah
Vaca Profana
Que felicidade é poder ver mulheres brasileiras ganhando visibilidade internacional. É muito emocionante quando você anda por aí, conhece umas quantas pessoas que não são do Brasil e trocam o tão manjado nome de jogadores de futebol (calma, eu amo futebol, tá?), por “eu adoro a Anitta”, ou “sou fã de Clarice Lispector”. Recentemente eu tenho visto isso acontecer com a Liniker. Agora, a primeira mulher trans e negra a conquistar o Grammy de Melhor Álbum de Música Brasileira, Ela vai deixando marcas ainda maiores no cenário musical internacional. E, não, o sucesso de Liniker não é repentino. Há 4 anos, ela e sua banda se juntaram ao hall exclusivo de outros 10 artistas brasileiros a se apresentarem no incrível projeto Tiny Desk. E como ela veio para ficar, também é a protagonista da série “Manhãs de Setembro”, da Amazon Prime, que chega à sua segunda temporada. Hoje, esse Vaca Profana não vem contar nenhuma história triste. Vem para exaltar uma das maiores artistas que temos e, que, desejo que continue ganhando o mundo com seu talento!. (SM)
Sobre se colar em quadros valiosos - um papo complexo
Opinião Cassimila
A urgência climática é tema que me toca profundo e me desespera. Já somos 8 bilhões detonando o planeta, especialmente os bilhões dos cantos mais “avançados tecnologicamente” consomem mais recursos e ouvem menos os chamados ecológicos para mudanças. Daqui pra frente, apocalipse longo e trágico, estou certa, afetando de maneira diferente os gêneros e classes sociais. Ainda assim não deixo de ter um tantinho de esperança, o que me faz trabalhar no meu ativismo morno para a conscientização (dar aula de CNV, escrever newsletter) e para mudanças importantes como o veganismo, mais comida local, não ter carro, usar menos plástico, etc. Quando comecei a ver notícias sobre os ativistas do Just Stop Oil se colando a quadros na Inglaterra fiquei curiosa e me ficou forte a pergunta: como chamar atenção para esta grande urgência? A Greta Thunberg liderou greves nas escolas, por exemplo. Outros ativistas acharam outras estratégias, e fico aliviada que a Just Stop Oil não afete de verdade os quadros. Sempre gostei de arte e hoje em dia ficaria especialmente mais preocupada se eles afetassem arte periférica, de mulheres, artes de todos que foram colônia. Valorizo que essa estratégia está levando o tema para muitos jornais. O que será preciso fazer para uma real transformação? Isso me lembra a provocação da Thais Zaki numa das minhas mesas preferidas da Flip (Literatura e Ecologia na Casa Philos): “Quanto custa uma esmeralda? Uma esmeralda custa um pulmão.” Qual protesto te toca e te transforma? Produzir arte e literatura que transforma é estratégia que se discutiu nessa mesa também com Ana Rüsche Gisele Mirabai e Paulliny Tort. Que mesa maravilhosa! Acho que o mundo como tá, precisa de vários protestos e discussões sobre o tema para chegar em algumas mudanças.
Opinião Sarah
A Cassi já colocou toda a urgência de se falar sobre a importância de olhar - e atuar - contra as mudanças climáticas no planeta. Contudo, eu tenho uma opinião bem diferente da dela sobre os protestos do grupo Just Stop Oil. Para começar, me deixa alerta o fato de que uma das integrantes do protesto que atingiu o quadro “Os girassóis", de Van Gogh, fez um gesto de identificação nazista ao ser presa. E isso me leva a outro lugar, o do Ecofascismo, que em linhas gerais vê a migração como um problema para o planeta e culpa pessoas de classes mais baixas, negros, latinos e outras etnias por “superpovoar” o mundo. Em seguida, vejo a arte - e os museus - como uma forma de documentação de contextos históricos. Agregando ainda, o fato que muitos dos artistas que hoje têm obras de valores astronômicos terem sido “underdogs” em seu momento, lutando pelo conhecimento, a favor da ciência, enfim, quebrando padrões. Então, qual o ponto de “atacar” o trabalho de alguém que não está mais aqui para se defender? Não seria mais eficiente protestar diretamente contra a fonte? Anos atrás eu trabalhei para um figurão brasileiro que suas empresas tinham IPO. Um belo dia, ativistas se algemaram ao redor da sede da sua companhia e, sim, o cara perdeu um bom dinheiro nos dias que se seguiram - e credibilidade. Aliás, terminou preso. E, por último, e não menos importante, vejo esse tipo de protesto como um feito da “branquitude”, um protesto burguês. Não concordo inteiramente com Jane Fonda, que diz que é importante ter pessoas brancas e velhas em protestos, porque a polícia tende a atacar pessoas pretas, latinas e indígenas. Acho que daí para virar um “branco salvador“ é muito próximo e perigoso. Falar pela dor dos outros e ter empatia são coisas diferentes.
Reinventando Paraty
Semana passada foi meu aniversário. E eu gosto muito de fazer aniversário. Planejei uma semana bem maravilhosa que, de última hora, por um acaso do destino, por encontrar Isabella de Andrade num restaurante vegetariano do centro de SP, acabou por incluir minha primeira visita à Flip, Festa Literária Internacional de Paraty. Quando, no meio daquela euforia de tanta gente com uma mesma paixão, me perguntavam se já conhecia Paraty eu dizia que sim e acessava memórias que estavam engavetadas. A cada pergunta, a cada nova amizade surgindo, eu ia tomando mais e mais consciência do que estava acontecendo: eu estava reinventando Paraty. Cidade que visitei pela última vez também pelo meu aniversário, com a pior companhia: o ex. Foi voltando de lá naquela vez, subindo a serra que me enjoa, ouvindo mais desrespeitos e babaquices que caiu a GRANDE FICHA. Finalmente me dei conta que eu precisava fazer terapia. Como eu aceitava aquilo há tantos anos? Obrigada, Paraty! Levou ainda mais uns anos para a libertação, mas você foi terra de me despertar, e agora é terra de me inspirar arte e relacionamentos de amizade e parceria, com respeito e alegria. Aquelas tantas gentes, especialmente mulheres, que encontrei: vocês não tem noção do tanto que me afetaram e me acolheram. Volto com o coração quentinho: muito obrigada!!! (CE)
Mulheres e mais mulheres na FLIP
Dos 17 escritores homenageados até hoje, apenas quatro foram mulheres. Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, Hilda Hilst e, em 2022, a primeira edição dedicada a uma escritora preta: a grande Maria Firmina dos Reis, que já apareceu no nosso Instagram aqui. Comecei bem, né? Além disso, a primeira edição com duas travestis: vale ler essa matéria da CasaUm sobre a Camila Sosa Villada e a Amara Moira (já foi recomendação do nosso Tem que ler!). E foram mulheres e mais mulheres, escritoras, famosas, ganhadoras de Nobel, independentes, mulheres e mais mulheres, pretas, brancas, gordas, poetas, fotógrafas, estudiosas de mulheres, doutoras, escritoras! Pode melhorar em diversidade: deve! Mas já avançamos bem! Muitas das próximas news terão inspiração no que vi por lá! Sente só o gostinho nesse post recheado de escritoras, algumas que já recomendamos por aqui! (CE)
Tem que ler
Quando abri a programação da Flip e vi o nome de Cecilia Pavón corri pra garantir meu lugar. Seu Discoteca Selvagem, bilíngue, emprestado pela minha amiga madrinha da poesia, já com os risquinhos tudo, me tocou forte. Não por ser avassalador, mas por ser tão próximo, se tornar tão íntimo, um encontro comigo dos mais agradáveis, crítico e acolhedor na medida. Na mesa, encontrei uma poeta que olhava pouco para o público, e isso me lembrou que ainda é permitido escrever e não ser tiktoker ou palestrante. Que bom. Queria tomar um chá com ela, mas quando topamos na loja de chinelos não tietei. Só sorri agradecida pela sociedade das pessoas introspectivas e pelas poesias maravilhosas. A seguir trecho do poema “Férias” (CE):
“e a última coisa que queria acrescentar
embora não tenha nada a ver com nada…
é que penso que a água tem sentimentos
penso que a água sofre e sente
que às vezes sente dor e às vezes alegria
e também que a tristeza e a chateação atravessam o planeta Terra.”
Sumaúma de novo
Já recomendamos o portal Sumaúma na edição passada, mas se você ainda não se convenceu a colar lá, olha isso aqui se não é A matéria antiespecista perfeita que nós veganes estávamos esperando. Nela, cada cientista representa uma espécie não-humane numa carta em defesa da vida. Quatro cientistas mulheres aparecem representando: Fungos desconhecidos da Amazônia, Jacamim-de-costa-escuras (ave), Assacu (árvore) e tracajás (tipo uma tartaruguinha coisa mais fofa). (CE)
¡Azúcar!
A vida pode ser doce e saudável e não precisa ter gosto de Aspartame. Aliás, esse adoçante super processado ficou para trás. Também não estou falando que você precisa adoçar sua vida com mel de abelha, hein? Vamos com calma que esse docinho não é nada saudável para a natureza. Tenho alguns anos experimentando diferentes opções gostosas para substituir o açúcar e tenho aqui meu top 5 para compartilhar com você.
1- Açúcar de fruta do conde: Essa é, sem dúvida, minha opção número 1. Se você já provou fruta do conde, sabe que quando ela tá bem no ponto lembra até leite condensado. E, olha, o açúcar feito com essa fruta é 10/10. O cheiro é ótimo, a consistência em pózinho lembra o açúcar refinado, adoça DE VERDADE e sem amargo e é ideal para pessoas diabéticas.
2 - Mel de agave: O agave é uma planta sagrada do México. Com ela se produz Tequila, Mezcal (um destilado), Pulque (bebida alcóolica fermentada) e também mel. Esse néctar docinho é produzido com a raíz da planta, que parece um abacaxi. Sua consistência é bem parecida com a do mel de abelha, um pouco mais escura, é também própria para pessoas com diabetes. Para colocar naquela panqueca de banana com aveia fica show de bola.
3 - Tâmara: Se você faz cara feia porque, convenhamos, a Tâmara parece uma baratinha, hihihi. Mas, êta coisinha doce! Já existe açúcar em pó para adoçar qualquer coisa. Porém, acho que é tão gostosinho quanto a tâmara é deixada de molho de um dia para outro e batida no processador. Ela forma um purê que pode ser usado em massas de bolo para substituir o açúcar comum. Ah, e se colocar umas duas colheres de cacau em pó e misturar, dá o ponto para enrolar e fazer um brigadeiro vegano e saudável. UAU
4 - Rapadura: Pega a rapadura e rale no ralador fino. Guarda num potinho e use normalmente, como açúcar. Simples, barato e doce, muito doce!
5 - Açúcar mascavo: Esse tipo de adoçante não é ideal para quem tem diabetes, também não é lá uma das opções mais saudáveis de todas. É calórico, como o refinado, ainda assim, contém nutrientes e é vegano. Por isso, fica no meu quinto lugar. Ah, e acho que é uma combinação perfeita para fazer caldas para bolos, usar em bebidas, como o leite dourado. (SM)
Vamos falar de futebol
A Copa de futebol masculino tá rolando. Eu prometi a mim mesma que não assistiria nenhum jogo dessa vez por não estar de acordo com como o país anfitrião “gerencia” as coisas por lá. Como amante de esportes, no geral, e torcedora empolgada, fui dar uma espiadinha no jogo contra a Sérvia e me rendi. E, como a seleção masculina já tá bem encaminhada, quero começar a dar aquele empurrãozinho para você seguir também a seleção feminina de futebol. Começando pela nossa técnica. Ela se chama Pia Sundhage, tem 62 anos e, pasme, é SUECA. Pia treina o time feminino desde 2019 e foi uma jogadora pioneira quando o futebol feminino começou a se profissionalizar lá nos anos 80, sendo a artilheira da primeira Eurocopa, em 1984. A atleta também disputou a primeira Copa Feminina de futebol, em 1991, antes de se aposentar. Você também deve conhecer a Marta, né? Saiba que a importância dela para o esporte feminino é enorme. Ela é a atleta que venceu mais vezes como melhor jogadora do mundo: 5 vezes. Só ela e Messi detém essa marca. E não para por aí. Marta é a maior goleadora em copas do mundo, independente do gênero, tendo anotado 17 gols durante os mundiais. Outro destaque da seleção brasileira das mulheres é Debinha. Com 30 anos, já são 50 gols marcados usando a camisa 9 da seleção. Além disso, a jogadora tem passagens por times europeus, chinês e, atualmente, joga nos EUA. Outro nome que você deve conhecer é o de Formiga, que se chama Miraildes. Ela é a brasileira com mais participações em Copas e Jogos Olímpicos: 7 e 5 vezes, respectivamente. Este talento do esporte brasileiro começou no futebol aos 12 anos de idade e, hoje, aos 44, joga pela equipe feminina do São Paulo. O mundial de futebol feminino acontece em julho e agosto de 2023 na Austrália e Nova Zelândia. Até o momento, o Brasil enfrentará Jamaica e França! (SM)