Olá, !
Estamos animadíssimas com essa news. Precisamos compartilhar isso aqui tudo com você! Tá imperdível!
Depois conta pra gente o que achou?
Cassimila e Sarah
VACA PROFANA
Uma dançarina burlesca, brasileira, adestradora de cobra, vegetariana, militante dos direitos das mulheres e tudo isso entre os anos 30 e 60. Essa foi Dora Vivacqua, popularmente conhecida como Luz del Fuego, eternizada por Rita Lee na canção que leva o nome da nossa vaca profana de agosto. Nascida em 1917 numa família política conservadora do Espírito Santo, Dora se converte em Luz del Fuego nos anos 30, quando desafiou o marido e decidiu estudar dança para se apresentar nos circos. Suas apresentações burlescas ficaram tão conhecidas, que dizem que ela salvou muitos da falência. O que Dora fazia desafiava os padrões da época, é claro. Dançava nua - o que veio a ser sua marca registrada - com duas jiboias a tiracolo. Ah, vale dizer que quando era adolescente, teve um caso com seu cunhado, o que fez com que a sua família a internasse num hospital psiquiátrico com o diagnóstico de “INSANA”. Foi no final dos anos 40, já contratada por um teatro em Copacabana e apresentando o espetáculo “A mulher de todo mundo”, que Luz ficou famosa em todo o país. Quando completou 30 anos, passou a abraçar causas políticas, entre elas o vegetarianismo e especial interesse em defesa a fauna e flora brasileiras. Com isso, lançou o Partido Naturalista Brasileiro, que defendia o divórcio, os direitos das mulheres e o nudismo e, apesar do PNB nunca ter sido oficialmente registrado, batia de frente com seu irmão, que era Senador. Nos anos 50, Dora funda o primeiro clube naturalista do Brasil e, usando de sua influência política, conseguiu um espaço para poder colocar o clube, na ilha de Tapuama de Dentro, no Rio de Janeiro. Sua iniciativa pregava a nudez e não a libertinagem. O sexo era proibido no local e apenas eram permitidas atividades como caminhadas, natação e outros esportes. Luz del Fuego morreu lutando. Sua morte foi política e aconteceu em 1967. Ela denunciou alguns pescadores que estavam usando explosivos ao redor da ilha e, então, armam uma emboscada e a matam. Eu estou encantada com sua história. Se, assim como eu, quiser saber mais, deixo a recomendação do livro Luz del Fuego, a Bailarina do Povo, de Cristina Agostino. (SM)
ESPORTE VERMELHO
Se tem uma coisa que me intriga muito é como as atletas de alta performance lidam com a menstruação. Isso porque, para mim, esse período do mês é super incômodo e eu tenho uma vida toda me sentindo doente cada vez que menstruo. Eu sei, claro, que o ciclo de cada uma é pessoal, mas se eu me sinto uma droga, sem forças para treinar, o que essas mulheres maravilhosas fazem? Bem, eu ainda não descobri. Entretanto, desde que botei na minha cabeça que quero ser uma atleta amadora, tenho algumas dicas próprias sobre como lidar com a menstruação x se manter ativa. A primeira delas é o uso do coletor menstrual para nadar. Ele foi o que melhor se adaptou a mim. O O.B, amiga, chegou a sair na piscina e eu vi o dito cujo passar por mim tal qual um peixe. Peguei numa braçada e saí da piscina correndo. Meu fluxo é intenso, então, posso dizer que funciona de maneira excelente. Para atividades de até uma hora, inclusive corrida, a que mais gostei foi usar as calcinhas menstruais. Não vazam e, no geral, aguentam bastante. Essa opção não recomendo para a bike porque em rolês em mais de uma hora, talvez você precise trocar e vai ser difícil tirar e lavar no caminho. Não rola andar com uma calcinha suja pendurada por muito tempo. Assim, prefiro o eficiente absorvente de algodão. Mas, o que eu queria mesmo contar, e é aí que vem a descoberta sobre as atletas, são as roupas voltadas para a menstruação. A Nike, por exemplo, adaptou o calção da seleção feminina de futebol com um sistema antivazamento que dura até mais que os 90 minutos. Ou seja, é seguro durante o jogo e até para depois, em caso de entrevistas, por exemplo. Porém, essa inovação, que é TÃO ÓBVIA, só veio depois de um pedido das jogadoras que estavam cansadas de se preocuparem com vazamentos durante as partidas e terem de trocar seus absorventes nos intervalos. Surreal, não é? Se você ficou interessada em roupas esportivas feitas para pessoas que menstruam, reforço que além da Nike, outras marcas também fazem coisas parecidas, como a Adidas e a Pantys, que tem biquínis e maiôs LINDOS! É legal ver tanta inovação, mas também vale lembrar que a menstruação é algo normal e um vazamento aqui ou acolá é parte da vida. (SM)
HAMBURGUER CRU?
Preciso deixar aqui a receita de hambúrguer de lentilha crua que fiz esta semana. Na moral, foi o melhor que fiz até agora, em facilidade, consistência, rapidez e gosto. Deixa a lentilha de molho de um dia pro outro, seca bem, refoga alho e cebola e bate na centrífuga com temperos de sua preferência e pouco azeite. Mas, atenção: não pode virar purê. Precisa ficar numa consistência para poder moldar. Eu coloquei naquelas frigideiras de fritar ovo e deu bom. Para ter mais detalhes, deixo a receita original aqui. (SM)
MEU PRIMEIRO CLUBE DE LEITURA
Era minha primeira grande viagem a trabalho. Uma conquista, e eu estava muito animada de estar em solo baiano mais uma vez. Foi jogo rápido, 2 dias, missão cumprida e eu tinha uma noite livre.
Essa última noite já foi contada e recontada várias vezes de tão especial que foi pra mim. Aqui vai um relato escrito depois de 8 anos.
Caminhando sozinha por Salvador, aproveitando o clima quente com ventinho, eu procurava algum lugar gostoso para comer algo. Algo vegetariano. Com o tempo, vamos desenvolvendo esse olhar que encontra rapidamente “sinais” de que você pode ser bem-vinda em algum lugar.
Meus olhos pararam num café que tinha o cardápio grande escrito na parede. Chamava Kasa de Alice: bom sinal o tema Alice no País da Maravilhas. Estava cheio de mulheres: outro ótimo sinal. Mas eu precisava me aproximar mais para enxergar o cardápio direito. Nisso, uma moça linda, atrás do vidro, sorri grande pra mim (virei pro lado pra conferir, mas era pra mim sim) e me mostra um livro de Jane Austen. Eu sorri de volta e dei um joinha como quem diz UAU, livrão da hora! Não dava para escutar nada do que ela dizia, pois o lugar era todo de vidro e sem janelas na frente. Tem livros nesse café: ótimo sinal. Mas peraí! não tem porta na frente para entrar. Ué?! Por onde esse povo entrou? A moça me explica com gestos que a entrada é por trás. Beleza! Acho que vou comer e ainda papear com essa moça. No momento que vou dando a volta por trás do lugar, bate um medinho, onde estou me metendo? (o caminho passa por uma garagem meio escura) será que é uma seita? confio demais nas pessoas? Vou chegando e sou recebida com sorrisos e bem-vinda! bem-vinda! você veio pro clube de leitura, não é?
– Pode ser… eu vim comer.
O que a moça realmente dizia através do vidro era “você veio pro clube de leitura?” E eu respondi que “sim” com um polegar pra cima. hehe Resultado foi que a vontade de comer me fez ganhar um clube de leitura. Elas estavam no primeiro encontro e o formato era: cada uma conta sobre o que está lendo. Bem livre.
Esse foi meu primeiro clube de leitura, surpresa do destino e foi a partir daí que botei mais atenção na literatura e no feminismo, estando entre mulheres.
QUAL TIPO DE CLUBE SERÁ MELHOR PRA MIM?
Clubes de leitura são espaços excelentes para boas conversas, pertencimento, autoconhecimento. O estímulo à leitura faz a gente se entregar para diferentes mundos, pode ser viciante.
Com a distância de Salvador, acabei fazendo um espelho daquele clube com meus amigos (com a diferença que não éramos só mulheres).
Além de grupos como o Kasa de Alice, formados por mulheres amigas e amigas das amigas, com leituras livres (cada uma contando das suas novas leituras e estimulando as outras a ler), tem clube pago, grátis, presencial, online, com pré-requisito, sem. Existem muitos clubes!
Alguns que podem te inspirar e discutem um mesmo livro por vez:
Formados a partir de cursos de escrita: como meu amado Pássaro Livre;
Focados para escritores, com algumas discussões mais técnicas: como o Clube de Ficcionistas;
Em que você nem precisa ler os livros, porque a ideia é discutir e te incentivar a ler: como o Filamentos, que foca no tema Ecologia e Literatura;
Que só leem autorAs: o famosão Leia Mulheres que tá espalhado por várias cidades;
Clubes alocados em bibliotecas públicas e nos Sesc (aqui em São Paulo tem um monte).
Se joga! (CE)
TEM QUE LER
Com armas sonolentas (que nome forte!). Essa obra prima de Carola Saavedra costura a história de 3 mulheres, brilhantemente. Eu não consegui largar o livro por muito tempo não. A história me envolveu demais! Lá tem o desejo de morar em outro lugar junto com o sentir-se tão estrangeira, tem sonho, tem capivara, tem mudança de vida, tem injustiças, tem loucuras, tem descobertas e mistérios. Cada personagem está em condições de vida e idades bem diferentes, experimentando as dificuldades de ser mulher. Chorei viu. Ahhh se você ler vai saber onde que me pegou forte ali e fiquei bemmmmmmmmmm sofrida. Selecionei aqui um trecho da personagem Maike, jovem alemã se entendendo no mundo ao fazer aulas de português.
– Eu tinha uma namorada no México, na escola ainda, uma bobagem, um dia pegaram a gente se beijando no banheiro, a diretora nos passou um sermão, poderíamos perverter outras meninas, foram as palavras dela no dia seguinte, chamaram minha mãe, era uma escola tradicional, foi um escândalo. – Lupe deu uma gargalhada.
Eu estava paralisada, me surpreendia a facilidade com que Lupe falava das coisas mais pessoais, aquela intimidade. Eu não sabia o que dizer, perguntei qualquer coisa.
– E o que aconteceu depois?
– Nada, fomos convidadas a nos retirar. Terminei o ano num colégio de merda, mas que aceitava todos aqueles que eram expelidos pelo sistema, repetentes, desajustados, vegetarianos, homossexuais…
– Deve ter sido horrível.
– Nada, foi ótimo, no colégio fiz grandes amigos…
Lupe, maravilhosa!
O grifo no texto foi meu, viu?
Não tem tudo a ver com nossa news? (CE)
VEM CÁ VER QUE PODEROSAS!
Aproveitando a onda Carola, esse texto dela na Revista Quatro cinco um está de ampliar qualquer mente-espírito: Sonhos, transes e mirações - Para os povos indígenas, experiências transcendentais e subjetivas - sair de si - são imprescindíveis para trocar conhecimentos e estabelecer relações com os outros.
Eita, atrás de vixe, atrás de oxi! Minha amiga Laura me mandou essa bomba maravilhosa da Catharina Mattavelli, na sua newsletter umcantonosso: #23 - eu não pedi pra nascer... aliás, alguém pediu? Peitos e Ovos, Linea Nigra, Ioga e outras narrativas que questionam o ato da reprodução e do nascimento. (CE)
adorei a seleção ❤️
e menstruar impacta treino de muita gente. mas seguimos ✨