Tá frio aí?
Oi, e tchau Agosto!
Acha uma brecha na agenda pra ler a Feganismo que a gente garante: VALE DEMAIS!
Ou seu dinheiro de volta… rs
Abraço,
Cassimila e Sarah
Vaca Profana
A história de Daniele Toledo, assim como a de tantas brasileiras, é de terror. Aos 21 anos, teve uma filha com alguns problemas de saúde e, em 2006, quando a criança tinha um ano e meio e se encontrava no pronto-socorro de um hospital universitário, em Taubaté, Daniele foi estuprada por um residente. Ela denunciou a violência e o hospital tentou silenciá-la, alegando que não havia provas. Pouco tempo depois, sua filha morreu no mesmo pronto-socorro e Daniela sequer pode se despedir: ela foi acusada de ter matado a menina. Segundo o laudo médico, foi encontrado um pó branco no pescoço da bebê e na mamadeira que era cocaína. Daniele, que tinha histórico de abuso de drogas, foi levada à prisão injustamente por 37 dias. Enquanto estava presa sofreu agressões. Foi inocentada, já que o laudo definitivo concluiu que o pó branco no pescoço da filha de Daniele era resquício de medicamentos. A bebê sofria de ataques neurológicos e, com frequência, precisava de atendimento médico. Daniele acredita que a acusação que sofreu sobre ter envenenado a própria filha com cocaína foi uma retaliação pela denúncia do estupro, que, como podemos imaginar, não foi investigado. Em 2016, como forma de contar sua verdade e retomar sua vida, Daniele lançou o livro “Tristeza em pó”. Na época, em entrevistas, ela falava da dificuldade em ter uma rotina normal e até mesmo em conseguir trabalho, mesmo inocentada. Sua história é amarga e, infelizmente, não é a única. Compartilho com você um episódio de podcast com mais detalhes sobre a jornada dessa mulher. Espero que ela, hoje, esteja bem. (SM)
Voto Femininos
Falta pouco para as eleições para escolher um novo presidente para o Brasil. Na boa, nem acredito! Em 2018, eu briguei com muita gente porque simplesmente não me conformava, e não me conformo, com os argumentos que as levavam a votar nesse idiota (não tem como chamar de outra coisa). 4 anos se passaram, o custo de vida nas alturas, Brasil no mapa da fome e outras inúmeras coisas que não dá para gente começar a falar aqui. Ainda assim, tem gente que ainda não aprendeu. Esse fim de semana, vi uma moça que conheço compartilhando um sticker no Instagram que dizia: Poste uma foto sua sendo FASCISTA E DIREITISTA. Na moral, fiquei mal. Essa mesma moça foi mãe solteira muito nova, passou um sem fim de dificuldades para conseguir terminar a faculdade, contou com ajuda de muitas amigas para poder estudar e criar um bebê e está abertamente se declarando fascista. O que seria dela e de tantas outras que têm histórias parecidas na Itália de Mussolini? É triste pensar que ela e outras pessoas não reconhecem sua própria história. Muito provavelmente ela também odeia feminismo e tudo o que pode ser identificado como “esquerdista” e sem entender que o direito que ela tem HOJE de votar e poder se expressar, estudar, se casar - mesmo sendo mãe solteira- , são frutos de mulheres que lutaram - e lutamos - para que isso acontecesse. Compartilho com você, e espero que passe adiante, a história do voto feminino no Brasil em apenas 6 tweets. Bora nessa força tarefa de conhecer essas heroínas. (SM)
Recorde de candidaturas
Como resposta à desgraça, bora celebrar que essas eleições batem recorde de candidaturas indígenas, de mulheres, pessoas negras e trans. (CE)
Marketing, Itália e sorvete
Faz pouco mergulhei numa aventura por terras italianas pela primeira vez. Equilibrei o calor excessivo com banhos de mar e muito sorvete, equilibrei a falta de compreensão e familiaridade (maledeta Terra Nostra não me ajudou muito na comunicação), com a leitura de mais um romance da Elena Ferrante traduzido para o português brasileiro (encantada de novo!). Não sei você, mas minha percepção é que “Itália” sempre foi um nome que vendeu muita culinária. Nunca foi particularmente uma paixão gastronômica pra mim, mas, agora, tendo visitado (com um recorte de alta temporada bem curto), ouso dizer que é um case de marketing bem curioso. Nessa news quero destacar pra vocês os sorvetes. Lá encontrei sorvetes veganos para além das frutas (não tanta variedade, mas encontrei!) e alguns bem gostosos com opção de casquinha vegana e sem glúten! Fui pesquisar e… sabe a origem do sorvete? Ó lá a China de novo. Há 4000 anos usavam neve, arroz, frutas, e imagino que parecia mais uma raspadinha. Até Marco Polo levar a receita para a Itália e o mundo se encher de gelaterias italianas com filas e sem filas, inclusive aqui em São Paulo, foi chão. E aí, já tomou sorvete vegano? Qual seu preferido? Participa lá no nosso insta! (CE)
Adaptação natureba
Você já deve ter visto receita de sorvete vegano com banana congelada, né? Fica uma delícia e compartilho aqui uma ideia de como fazer, antiguinha do meu blog. Pode ir testando do seu jeito porque é muito difícil dar errado. Adoro também com manga congelada e quero muito testar essa receita da Bela Gil de sorvete de morango. (CE)
Versão italiana vegana em SP
Pra comer bem delícia, comida italiana como a gente sonha, recomendo uma visita ao Piccoli em São Paulo. Foi o grande escolhido para meu noivado vegano em 2021 com o crush Vevêgano <3. Lembrei saudosa desse restaurante várias vezes durante a viagem. Tem o restaurante e o café na mesma rua. Além de delícia e todo vegano, as sócias, a chef e toda a equipe é de mulheres! Vem babar comigo nessa novidade delas no café: smoothie de pistache com framboesa. E sente só as comidas do noivado. (CE)
A crise de estilo dos 30+
Se você tem mais de 30 anos, passou por uma crise de estilo? Sabe quando você percebe que aquelas roupas que você usava começam a te incomodar. E não tanto por como elas estão no corpo e, sim, porque parecem que já não têm a ver com quem você é? Há 5 anos eu tenho momentos de me sentir como o Didi Hipster (foto abaixo). Passei a pesquisar um pouco sobre o porquê do meu incômodo com minha maneira de vestir e uma das primeiras pistas que tive é que o estilo muda conforme as transformações da sua vida. Sim, eu nunca tinha parado para pensar nisso. Nós, mulheres, crescemos com aquela martelada constante na cabeça sobre “roupas que você deve ter no armário”, “coisas que você não deve mais vestir depois de X idade” e mais um monte de regras que, no fim, são nóias. Nada mais que isso. Eu deixei uma vida em SP como sócia de agência, anos de trabalho presencial, para trabalhar online, num lugar que ou faz muito calor ou muito frio e o meio termo não existe. É claro que aquelas camisas e calças de alfaiataria, sapatilhas (eram os anos 2010, ainda se usavam) e sapatos de salto deixaram de fazer sentido. Portanto, a regra é: não existe nada que você precise ter no armário se aquela roupa não faz sentido no seu dia a dia. Agora, para e pensa: quantas vezes mudamos de rota ao longo da vida e como isso impacta na maneira em como você se veste? Fora que, quanto mais velhos ficamos, mais confortáveis queremos estar. E é aí que eu parei. Além de entender e aceitar que precisava encontrar roupas que coubessem na minha nova rotina, também me peguei tentando adaptar minhas peças confortáveis em algo aceitável para poder ir à uma cerimônia de cremação e logo a outras 4 missas em homenagem ao meu sogro que faleceu recentemente. E é aí que o bagulho pega de outro jeito: é legal ter um estilo próprio, confortável, que cabe no dia a dia, mas envelhecer é também ter algo ali, no cantinho do armário, um pouco mais sóbrio, menos transparente, menos chamativo. Será que é ou a gente pira e nos colocamos nessa exigência de preencher a expectativa da sociedade sobre como você deve se apresentar em momentos mais solenes? Não cheguei em nenhuma conclusão ainda e, para ajudar, fui chamada de “cringe” pelo filho de 13 anos de uma conhecida. Assim, na caruda. Por isso, ainda abalada, venho dividir com você essa pilha e, quem sabe, buscar algum suspiro ou riso empático enquanto você lê esse relato. (SM)
Tem que Ler: Terra das Mulheres
Como seria uma sociedade só de mulheres? Como elas se organizariam? Como se relacionariam com o meio ambiente? O que comeriam? Charlotte Perkins Gilman fez esse exercício de criatividade e ainda colocou essa sociedade escondida na mata, isolada, afinal… como homens permitiriam que essa sociedade existisse em paz? É muuuuuuuuito interessante e expressa em ficção muito da ligação feminismo e veganismo. A trama se desenvolve a partir da ótica de 3 homens, aventureiros em diferentes níveis de machismo, que descobrem esse país escondido. Além de tudo, adoro como a comunicação entre pessoas tão diferentes se dá no livro quando um tenta entender a lógica do outro, o mundo do outro. Chega de spoiler e vem ler 2 trechos selecionados. (CE)
“Por que deveríamos admirar “o cabelo crescido” de uma mulher e não a trança de um chinês é difícil explicar, exceto pelo nosso convencimento de que o cabelo longo “pertence” a uma mulher. Enquanto a “crina” e a “juba” estão em cavalos, leões, búfalos e criaturas tais, apenas no espécime masculino. Mas eu senti falta… no começo.”
"— O fazendeiro ordenha a vaca — falei, e desenhei um latão de leite, o banquinho, e fiz a mímica da ordenha. — O leite então é levado para cidade e distribuído pelo leiteiro... todos o recebem na porta pela manhã.
— A vaca não tem filhos? — perguntou Somel seriamente.
— Oh, sim, claro, o bezerro, é como se chama.
— Há leite para o bezerro e para vocês também?
Demorei para explicar àquelas mulheres amáveis o processo que tira o bezerro da vaca, e, do bezerro, seu alimento verdadeiro; e a conversa nos levou a uma discussão sobre o negócio da carne. Elas ouviram, muito pálidas, e, em seguida, pediram licença."