Oi, !
Chegamos atrasadas mesmo, sem culpa, apenas organizando tempos e acontecimentos como quem não tem chefe.
E em decorrência disso, buscando fluir cuidando de todas as envolvidas, Sarah tem um participação menor, que coube melhor no seu momento, Cassimila te traz muita yoga e temos uma participação extra super especial: Thays Puerta. Una das nossas Puertas para a poesia chega com, óbvio, poesia, seu tradicional café com poesia e uma receita de bolo que ó… tô sentindo o cheirinho daqui.
Boa leitura e respeite seus momentos.
Cassimila, Sarah e Thays
Corpo de Yoga
Regra para cima de corpo de mulher tem de monte. Agora já pensou especificamente em regra pra cima de corpo de yoga? Como também sou professora de Yoga, já tive esses papos com vários companheiros de jornada. Pesquisa imagem de pessoa fazendo Yoga no Google pra você ver. É mulher (afinal… é coisa "sensível" né), magra, branca e jovem. Socorro! Como se já não bastasse, muitos dos próprios profs de Yoga espalham essa fake news por aí. Faz um tempo que acompanho a Vanessa Joda e você precisa também. Mais recentemente adquiri um "livro baralho" de posturas de Yoga criado por ela e pela Manu Cunhas que está sensacional de lindo (adoro arte em baralhos e oráculos) e poderoso (adoro imagens que assumem sua responsabilidade no mundo). Tem me ajudado aqui quando quero variar minhas práticas. Pra que não reste dúvida: aqui somos feministas, antiespecistas, antirracistas e CORPO LIVRE! Abaixo a gordofobia! (CE)
Yoga Vegano
Falando em postura de yoga, você conhece a postura da pitaya? E a postura do cravo da Índia rejeitado? E a minha preferida: a postura da Super Xuxa? Hahahahaha Apaixonada por dar risada e pelo veganismo, estou me divertindo muito com essa personagem que me lembra o auge do Terça Insana. Algumas esquetes podem ser polêmicas, mas me divirto na maioria e acredito sim no poder de reflexão que o humor pode trazer, como nessa fala aqui sobre o leite. Mas o humor pode diminuir o veganismo? Olha… às vezes pode. Acredito que isso depende bastante de quem ouve. Quantas falas e argumentos sérios e perfeitos do veganismo já foram deturpados e usados para ridicularizar o movimento? Conheci a Dra Rosângela por essa entrevista do Guri de Uruguaiana, personagem icônico lá no sul. Foi meu amigo Felipe veganíssimo que mora lá pelo Sul, o padrinho dessa entrevista na minha vida. Eterna Gratidão, Gratiluz, Gratitudo, Fê.
Pois então, quem não conhece uma Dra Rosângela no meio terapêutico/yoga/alternativo? Infelizmente a coisa pode enveredar por esses lados. E o exagero, a dissonância cognitiva que a Dra Rosangela expõe (por exemplo ao falar fatos íntimos da vida do Guri na rádio aberta mesmo sabendo e falando do sigilo profissional exigido) pode estar presente em quem assiste e interpreta como quer os vídeos. É… o humor é uma coisa linda e complexa. Todas as mensagens que passamos, também são construídas por quem ouve e toda sua história, traumas e convicções. É bom saber disso, mas dói! Controle não temos. O que você tem acha dos vídeos da Dra Rosângela? (CE)
Reflexão: Como xingar?
Lembra do festival misógino que foi o impeachment da Dilma? Como xingavam e criavam imagens que… olha… quanta tristeza. Doía porque era uma mulher, doía porque era golpe, doía porque era injusto em várias camadas. Pode parecer pouco para alguns, chatice de vegano, mas a linguagem, essas violências faladas, elas sustentam grandes violências. Obviamente o ódio que sinto por essa figura no poder agora é um incômodo gigante que me leva a xingar, sim. Daí me vem outro incômodo, o como xingar. Agora falamos de um homem, mas vejam por onde caminham os maiores xingamentos: por qualquer coisa que se aproxime do que se entende como feminino, "deficiente", LGBTQIA+ ou animal. Todos os que têm menos poder nesse sistema em que vivemos. No momento da raiva, automaticamente me saem coisas bem enraizadas que tenho tentado mudar. Por exemplo, me incomoda faz tempo o "Vai tomar no cu"!!! Vejam só, tomar no cu de quem?, como?, você quer? Tem situações que podem ser maravilhosas, tem gente que gosta e gente que sofre muito por gostar disso. Vou nem falar do clássico "filho da puta" que mexe com a mãe e a profissão tantas vezes sofrida e mal paga. Abrindo nosso espaço feminista pro Chico César que representou muito nessa aqui. Seguindo no como xingar nas comparações com animais, nessa semana vi o dito cujo como aranha. Gente… coitada da aranha. Faz teias maravilhosas, vive lá de boa, sendo aranha, ou seja, tem sua dieta e seu jeito de sobreviver. E o burro, gente? Um animal que eu adoro, sofre muita violência, carrega tanto peso, tão dócil. Por aí vai… (Lembram que já fiz uma reflexão por aqui sobre como usamos e significamos o "merda", o cocô?)
Que xingamentos você acha que escapam dessa lógica? (CE)
Tem que ler: sobre uma poesia que desperta (para o sonho)
“os olhos voltam-se para dentro” é um trecho do poema “A vida submarina” presente no livro
que leva o mesmo nome, da maravilhosa Ana Martins Marques.
Conheci essa autora despretensiosamente (assim como são os melhores encontros).
Há pouco havia adquirido o hábito de ler poesia toda manhã, acompanhada do meu quase religioso cafézinho preto
Até que esgotei todos os livros de poesia que tinha em casa (a maioria com aquele selo do
governo, de livro ganhado na escola)
Fui até a biblioteca do sesc Avenida Paulista e passei os dedos sem rumo na sessão de poesia
“O livro das semelhanças” foi o primeiro que li da AMM (amo dar apelidinhos pras minhas
poetas preferidas. Olha como esse fica sonoro!)
Ler poesia é uma experiência. Como nadar, como chorar, como sentir vento na cara, como
gozar, como voar, como gargalhar de olhos fechados.
Veja bem, eu não sei nadar
Nem voar
Mas lendo AMM já fui tão longe, tão longe que cheguei quase dentro.
Tão dentro, tão dentro que vi em volta
Em voltas
“O avesso do avesso do avesso do avesso” de Caetano Veloso
“O outro do outros que era eu” de Clarice Lispector
Curioso que quando leio os poemas dela - AMM - (cê tá fazendo o som ou tá lendo letra por
letra?) me sinto convocada a parar de ler.
É preciso ver poemas, escrever poemas, sentir poemas, viver poemas.
Talvez seja por isso que preciso voltar sempre pra eles.
Aqui vai um convite, de uma foto que tirei num desses delírios de AMM
Porque como ela diz em "Lembrete"
Presente no livro "Risque essa palavra":
Lembrar que
enquanto andamos
por essas ruas banais
(...)
alguém conhece
pela primeira vez
a enguia, o sexo, a escrita
pensar que devemos estar
à altura
disso.
(TP)
Bolinho Vegano sim!
Já disse que não sei nadar, nem voar
E até pouco tempo também poderia dizer que não sei fazer bolo
Mas para a minha alegria (e surpresa de alguns) eu aprendi a fazer um bolo muito do gostoso!
Você vai precisar de:
(Sempre quis dizer isso hahaha)
500g de mandioca (macaxeira, aipim, a deusa da terra) cozida e descascada
200g de coco ralado
200ml de água
1 xícara de açúcar - aí vai do seu gosto
Modo de acreditar:
(Porque não basta saber fazer, tem que ter fé hahaha)
Coloque no processador:
a mandioca em pedaços
o coco ralado
e a água
Bate bate bate bate até ficar tudo misturado mas nada muito homogêneo, tem que ter textura
Em uma vasilha, coloque essa mistura e acrescente o açúcar
Mexe mexe mexe
Em uma assadeira untada (pode ser com óleo de coco) coloque toda essa mistura bonita e cheirosa
Forno a 220 graus por uns 40 minutos
Ou até ficar aquele douradinho em cima, e o garfo não grudar no meio.
Tá pronto!
E aí, que tal um bolo, um café e uma poesia? (TP)
Eu li "Oi, Tássia" e me senti como as pessoas se sentem quando a televisão fala com elas. hahaha amei