A gente não sabia que vídeo escolher para essa news
Março de 2022 na área,
Como você está?
Triste, Puta ou Barbie, ou tudo junto, anda difícil não se identificar com essa música, né?
(alterações contém spoiler! hehe)
Vem com a gente encontrar novidades, delícias, motivo de revolta e fortalecer seu feminismo e caminho de antiespecismo.
Beijos,
Cassimila e Sarah
Vaca profana
A Vaca Profana dessa edição completou 63 anos esse mês e talvez você nunca a tenha pensado como um ícone feminista, mas, para mim, foi graças a ela que pude sonhar ser várias coisas, experimentar estilos diferentes antes mesmo de chegar à vida adulta. Para mim, nenhum brinquedo foi mais importante na minha infância que a Barbie. Enquanto minhas amigas brincavam de casinha, gostavam de ser mãe com seus bebezões, eu era a “tia” que visitava as sobrinhas para tomar café. Meu negócio mesmo era pegar uma caixa de sapato e sentar 4 Barbies dentro dela e sair arrasando com tudo mundo afora. E se você tá torcendo o nariz, te conto mais: a boneca nasceu em 1959 pelas mãos de uma das sócias da Mattel. Ela também entendeu que a filha, que se chamava Bárbara, estava cansada de ser “mamãe”. E, acredite, apesar do mundo cor-de-rosa, a Barbie nasceu com o propósito de ser a mulher que quisesse ser. A versão astronauta, por exemplo, aconteceu em 1965, antes do homem - literalmente - pisar na lua. Quão importante é poder implantar a ideia de que uma mulher poderia ser astronauta nos anos 60? E tem mais: a primeira boneca negra, a Christie, amiga da Barbie, foi lançada também nos anos 60. Desde que nasceu, a Barbie já teve mais de 180 profissões, sendo presidente, cientista, médica, veterinária e por aí vai. Em 2016, a boneca deixou de ter um só tipo de molde, aquele, com cinturinha fina, e lançou modelos de corpos, cabelos, feições e cor de pele diferentes. O que me faz celebrar a sessentona aqui é a linha lançada dia 2 de março “You Can be Anything” com bonecas que representam mulheres fodas de todo o lugar do mundo, inclusive, do Brasil. A professora de libras Doani Bertran, idealizadora do canal Sala 8 está entre elas. Dá uma olhadinha aqui para conhecer mais. (SM)
Já queimou (todos) os sutiãs?
Pessoalmente, não gosto de roupa que incomode, me prenda, e o sutiã clássico com ferro e tudo tá nessa categoria. Subindo degraus no feminismo, fui eliminando a peça de vários looks. Os tipos desconfortáveis foram embora primeiro, comecei até a escolher roupas com base em: fica legal sem sutiã? Em casa a regra é nada. Mas pra sair na rua, dependendo de pra onde vou, ainda penso se é melhor vestir “armadura” pra evitar possível assédio ou não. Além disso, tenho certas roupas (com transparência, ou tecidos levinhos que marcam) que ainda me fazem usar. E assim vamos... Até que o algoritmo me capturou com as fitas para seios. Pensei: poxa, parece boa alternativa para aquelas roupas ali que fico com vergonha de usar sem sutiã. Olha só no que deu! Comprei da marca BoobUp e veio sem instrução nenhuma.
Caí nessa.
Olha só o depoimento da Carol da @quiropraxiapg :
“A primeira coisa que pensei quando vi as "fitas sutiã" foi que as pessoas se machucariam na primeira aplicação, assim como já faziam tentando aplicar para dor. Além de alergia à cola e ao tecido, quando aplicada de forma errada ou em feridas pode causar bolhas e infecções. A kinesio taping é uma fita adesiva em tecido elástico utilizada por profissionais no tratamento de lesões e no auxílio dos movimentos para atletas em suas competições. Elas não deveriam ser vendidas para leigos, além de precisar saber anatomia, fisiologia e biomecânica, o profissional deve fazer um curso para aprender a aplicar sem causar lesões na pele ou piorar o quadro do paciente.”
É mulherada, bora se cuidar, ficar de olho nas pressões estéticas e se precisar de quiro e aplicação de kinesio real, chama a Carol (11) 984958626. (CS)
O que não mata…
A maniçoba, prato típico da Amazônia, é feita com a folha da mandioca brava, rica em ácido cianídrico (veneno). Para preparar a iguaria, as folhas precisam ser cozidas por sete dias para eliminar a presença do veneno e ser segura para consumo humano. Como será, então, que descobriram que era preciso esperar todo esse tempo para poder comer o prato? Achei essa thread no Twitter bem interessante que trata sobre este assunto. Vem ver. (SM)
Casca louca
Na busca por aproveitar todas as partes comestíveis dos nossos preciosos alimentos, andei na saga da receita perfeita de casca de banana e cheguei aqui! Mais nova postagem do meu blog. Espero que goste! (CS)
Inventando o golpe do veganismo
Calma! Esse título não é o que parece. Ele é, na verdade, uma junção de três séries documentais recentes lançadas na Netflix: O Golpista do Tinder, Inventando Anna e De rainha do Veganismo a Foragida. As três me fizeram passar raiva e têm muito em comum, apesar de serem histórias BEM diferentes e que poderiam ilustrar perfeitamente aquela máxima “o golpe taí, cai quem quer”. Porém, é fácil olhar cada uma das situações expostas neles e pensar “comigo não aconteceria”. A real é que a gente é programada para acreditar nas pessoas e, principalmente, no nosso par romântico. Além de recomendar as três, eu queria falar sobre algumas coisas que me chamaram atenção. O tal do golpista estafou mulheres reais, da classe média europeia, que acreditavam estar se relacionando com o cara dos sonhos. Rico, bonito, viajado, inteligente. Na moral, quem nunca? A coisa é que elas se ferraram, o “bonito” arrancou milhões de euros delas, passou 4 meses na cadeia e foi isso. Elas ficaram com dívidas altíssimas que batalham para pagar até hoje. Já em “Inventando Anna”, a russa naturalizada alemã tratou de estafar grandes bancos e milionários, terminou no xadrez e foi deportada. O que me deixa indignada nessa história é que, supostamente, as corporações nas quais ela tentou aplicar golpes deveriam estar blindadas contra pessoas como ela. Compliance que chama. Os homens que aprovaram seus pedidos dentro dos bancos, esses mesmos que deveriam proteger a empresa que trabalham, foram promovidos e seguiram trabalhando normalmente. Imagina se fossem mulheres? Em “De rainha do veganismo a foragida” existe uma relação abusiva e manipuladora, um cara narcisista, uma mulher brilhante que também buscava uma relação de amor e confiança. A última parte dessa série documental, uma conversa entre o ex-casal pelo telefone, me deixa ainda mais confusa sobre a relação dos dois e a culpabilidade dela. Mas, o que é para mim uma grande interrogação nessa história fica mesmo por conta do título do documentário: não acho que a parte de ser vegana seja tão importante assim para a história. Ficou um pouco apelativo. E você, o que achou? (SM)
Tem que ler
"Ponciá Vicêncio deitou na cama imunda ao lado do homem e de barriga para cima ficou com o olhar encontrando o nada. Veio-lhe a imagem de porcos no chiqueiro que comem e dormem para serem sacrificados um dia. Seria isto vida, meu Deus?"
"Um dia, um homem enciumado chamou Biliza de puta. A moça nem ligou. Puta é gostar do prazer. Eu sou. Puta é me esconder no mato com quem eu quero? Eu sou. Puta é não abrir as pernas para quem eu não quero? Eu sou. E, agora, novamente era chamada de puta pela patroa, só porque contou de repente que o rapaz dormia com ela."
Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, dói. Dói forte, e me fez ir devagar, para conseguir lidar, sem sufocar. Também me pareceu muito um conto de fadas, então dói e você quer seguir. É singelo, mágico, com certeza meu favorito da Conceição, e uma inspiração pra minha escrita. Acima, dois trechos que amei, com especial potência feminista e antiespecista, além de toda potência antirracista do livro todo. Adorei ler também esse texto-entrevista em que ela diz “Não leiam só minha biografia. Leiam meus textos.”. (CS)
No mundo animal: malandragem, bebedeira e o poder das fêmeas
Da Sarah, o inesquecível vídeo fofura: Cuidadora tomando baile dos filhotes de panda.
Da Cassimila, o vídeo clássico: Animais bêbados de amarula na África.
Da Dodó (minha querida Kuña), fio especial do twitter, descoberta do mundo animal: Por que o clitóris das phodásticas hienas é tão grande? (CS)