Tá chata a ceia? Vem que te damos assunto
Oi, !
De vaca pra vaca,
tira essa calcinha
pega uma batatinha
e vem
essa news tá poderosa
esperançosa
e numa sofrência bonita,
meu bem.
Cassimila e Sarah
Vaca profana
Hoje eu vi um trecho de uma entrevista da GKay (tá tudo bem se você não sabe quem ela é), em que ela chama a Rihanna de “diva ultrapassada”. Claro que isso é um disparate e, pode-se dizer, que uma heresia, afinal, a Rihanna foi declarada HEROÍNA NACIONAL DO SEU PAÍS, BARBADOS, DURANTE A CERIMÔNIA DE POSSE DA PRIMEIRA PRESIDENTA EVEEEER DAQUELE TERRITÓRIO. Mas, calma. Apesar da Rihanna ser tudo isso (e da minha indignação), a Vaca Profana desse mês vem pra falar de Sandra Mason, primeira presidenta eleita de Barbados. Sandra é advogada, primeira mulher a ser admitida pela Ordem dos Advogados no país e foi a primeira juíza da Suprema Corte de Apelação. Em 2018, ela assumiu como governadora geral de Barbados. A presidenta foi eleita com ⅔ dos votos e agora assume o cargo mais alto da República, antes comandada pela Rainha Elizabeth II. Vale destacar também que ela não comanda o país sozinha, mas ao lado de outra mulher negra, Mia Mottley, primeira-ministra. Barbados é babado! (tutupá)
(S.M)
Batata frita da paz
Final de ano e desejos de paz rolando soltos por aí. Uma piadinha comum (já ouviu isso?) diz que nada simboliza melhor a paz que a batata frita: a milagrosa comida que une veganos, onívoros, carnistas e tudo mais. Por isso, nosso destaque do mês vai pra ela, que saiu de terras andinas e conquistou o mundo todo (todo mesmo). Ganhou a versão frita ou na Bélgica ou na França ou na Espanha - eles que lutem-, mas nasceu aqui na vizinhança. Na briga por aqui com Chile e Bolívia, o Peru parece que tá saindo na frente como o pai original e tem até um Centro Internacional de la Papa que armazena vários e vários tipos de papas - e ainda é promessa de nos salvar de mais pragas e devastações. Se você não sabia, essa batata clássica de hoje é a que o ser humano moldou para render mais e dar mais lucro. Na natureza livre e selvagem tem batata de todo tamanho e cor, é muito lindo de ver. Primeira vez que vi variedades de papas assim foi na Feira Boliviana de São Paulo (pena que não tenho fotos). (C.E)
Para 2022: Mais Beleza e Espiritualidade
Faz um tempo que tô pra recomendar aqui o trabalho da Mariana. Nos conhecemos num curso de escrita e nas suas primeiras leituras já senti que queria mais da sua arte pra mim. Seu trabalho é de uma beleza e sensibilidade ímpares, e pra mim isso é necessidade! As ilustrações da Mari são carregadas da profundidade de quem busca espiritualidade (no caso dela através de lentes budistas) e coloquei no nosso insta uma que marcou muito minhas últimas semanas de crise. Se já não bastasse tamanha beleza plástica, vem a beleza dos textos por e-mail, em uma newsletter mensal. Recomendo muito. Para assinar clique aqui. (C.E.)
Resolução de Ano Novo: ficar sem calcinha
Alguns profissionais em saúde feminina recomendam dormir sem calcinha para deixar a ppk respirar. Até porque, se você usa calcinha, já deve ter ouvido por aí que existem alguns tecidos que fazem mais mal que bem para vagina, né? Se você, assim como eu, ainda tem um pouco de reserva em adotar essa recomendação, deixo o relato maravilhoso da minha amiga Rapha para você se inspirar:
“Eu sempre fui gorda, e quando chegou a fase da adolescência, a necessidade que eu sentia que tinha era de usar calcinhas que seguravam a barriga, apertava a minha grande bunda e etc. Só que esse tipo de calcinha, que não é totalmente de algodão, me deixava sempre assada. Fora isso, era sempre difícil achar uma que cabia totalmente em mim, mesmo sendo de algodão. Sempre apertava a ppk ou a bunda. Até que um dia, eu vi uma reportagem dessas de bem-estar, contando mais sobre dormir sem calcinha, e como isso deixava a nossa ppk respirar e quando eu experimentei a primeira vez, foi uma experiência total mind blowing, parece que ouvi a minha ppk me agradecendo por ter deixado ela respirar. Depois disso, toda a oportunidade que eu tinha de ficar sem, eu ficava. Hoje, em casa, eu raramente uso, só nos 3 primeiros dias de menstruação, isso quando está com um fluxo muito forte, caso contrário, fico com o o.b e tá show!
Percebi que tinha menos corrimentos (nunca falei diretamente com a minha ginecologista sobre isso, mas depois de banir o uso constante da calcinha, não tive mais nenhum problema assim, nem candidíase); raramente sofro com algum tipo de assadura também - isso acontece muito mais quando preciso sair e usar calcinha o dia todo e o cheiro, ahhh, o cheiro... ficou muito mais natural.
Eu estou tão habituada, que quando estou de vestido longo e preciso sair pra almoçar ou sei lá, ir rapidinho até o mercado ou comprar cigarro, não coloco a calcinha tb. No final, isso também faz parte do meu processo de aceitação, de amar e de perceber o meu corpo.
Minha dica para quem quer começar é: começa dormindo sem, deixando a ppk respirar gostosinho durante a noite, depois, começa a ficar sem durante o final de semana... vai no processo gradual que dá certo.
Se a pessoa for como eu, que 90% do guarda-roupa é de vestido e saia é ainda melhor. Não dá pra ficar sem calcinha usando calça jeans, né. Compre calcinhas com tecidos mais leves para usar durante o dia e é isso. Por um mundo com mais ppk livres e felizes ❤️” (S.M e RF)
E do nada…
…uma continuação de “Sex And The City” aparece na tela inicial da HBO Max. Eu assisti a toda a série durante minha adolescência. Ela ajudou a criar em mim uma ilusão de que eu poderia ser jornalista e ter uma vida de glamour e comida grátis como a Carrie Bradshaw. A série também me fez crer que eu poderia ter mais de 30, comer o que quisesse e manter um corpo esbelto ainda que odiasse malhar, igualzinho a ela. Hoje eu tenho a idade que as personagens tinham durante a série e confesso que alguns episódios de SATC me dão um pouco de vergonha alheia. Entendo, eram outros tempos e muita coisa era aceitável no final dos anos 90, começo dos 2000. Entretanto, “And just like that”, a continuação, também entendeu que a série não envelheceu bem e decidiu se redimir. Carrie, Miranda e Charlotte voltam sem Samantha, trazendo a realidade de uma amizade que esfria depois dos 50, e confrontam outras “realidades” que passaram longe da trama original. Eu gostei e deixo minha recomendação aqui, mesmo se você não assistiu as temporadas anteriores. (SM)
Quem aí tá mal? Meu quase Burnout
“Examinar os Boomers pela lente da história econômica explica muita coisa: seus hábitos eleitorais e seu retorno a si mesmos. Porém, se você ainda está se perguntando o que isso tem a ver com o burnout dos Millennials, pense bem. Cercados por ameaças imaginadas e incerteza crescente, os Boomers de classe média se voltaram com ainda mais força ao que podiam tentar controlar: seus filhos.”
Se pouco antes da pandemia eu precisei de umas licenças por estar à beira de um burnout, imagina quando precisei voltar presencialmente ao trabalho na semana passada. Ficar em casa me estabilizou, e voltar, foi gatilho atrás de gatilho. Com muito apoio e compreensão aqui estou bem melhor e venho fugir um pouco da minha amada literatura para recomendar para vocês “Não aguento mais não aguentar mais - Como os millennials se tornaram a geração do burnout”, da Anne Helen Petersen, porque eu sou dessas, não basta surtar, é preciso ter conhecimento de causa do surto. A Anne bombou com esse buzzfeed, origem do livro que tá me ajudando a ampliar o foco: do “meu erro/fraqueza” para um “todo”, um sistema, uma sociedade, casos de outras pessoas (adoro isso nesse livro), todo um contextão de peso para que a gente não aguente mais mesmo. (C.E)