Tem muita coisa acontecendo nessa news!
Oi, !
Hoje já chegamos chegando!
A resistência do dia a dia
Dias atrás, uma amiga daqui de Tijuana estava sozinha em casa e ouviu gritos desesperados de uma mulher do lado de fora. Ela mora em um sobrado que fica de frente para duas pistas expressas que terminam no muro que divide o México dos EUA. Literalmente, a casa dela é onde o país começa. Na pista de lá, encostada no tal do muro do Trump, ela viu uma mulher brigando com um homem que tentava colocá-la dentro do carro. Minha amiga sabia que estava presenciando um sequestro. Ela ligou para a polícia do telefone de casa e enquanto esperava ser atendida, gravava a ação pelo celular. A cena dura um pouco mais de 5 minutos. Vários carros passam e nenhum para. A casa dela é cercada por comércios que já estavam fechados. Era quase 6 da tarde e ela não tinha ninguém para pedir ajuda. A polícia nunca a atendeu. O sequestrador deu um golpe na moça, que caiu desacordada e foi amarrada no banco do passageiro. Minha amiga, em desespero, só conseguia chorar. A gente sempre advoga sobre o que fazer ao presenciar qualquer tipo de violência contra a mulher, mas a realidade é mais difícil. Ela tem um vídeo, com placa do carro e alguns detalhes. Ela tem medo de ser identificada caso o material seja divulgado nas redes sociais. Tem medo de ir à polícia. Provavelmente, a culpa que ela diz sentir ainda vai deixar algumas marcas durante os anos, por mais que ela tenha feito o que estava ao seu alcance naquele momento. Tivemos de ir por um caminho mais longo e buscar ajuda com um contato dentro da política municipal, que com as imagens abriu uma investigação e que já identificou mais um carro com o mesmo modus operandi levando outras 3 mulheres que andavam na rua.
Um pouco antes desse acontecimento, o grupo de ciclistas do qual eu (e esta amiga do ocorrido acima) fazemos parte aqui na cidade precisou mudar seu ponto de encontro antes de cada saída porque uma de nós passou a receber ameaças de um stalker. Com isso, optamos por não revelar de onde saímos em nossas redes sociais. Deveria ser apenas um passeio semanal de bicicleta com as amigas, mas tem se tornado um ato de resistência. E é aí que eu queria chegar. O @ungrupodemorras, assim como a Feganismo, são manifestações de resistência. O empoderamento feminino está em unir mais de 30 mulheres uma vez na semana para que tomem as ruas da cidade em alta velocidade; que nos ensinem outras chicas a trocar pneu furado; e que percorramos 70 ou 100 km para acampar apenas entre amigas. É libertador, apesar de todo o machismo que enfrentamos ao subir na bike.
Eu acredito na rede de apoio entre mulheres. Eu sei que somos capazes de educar com amor e com compaixão.
Aqui, na news, Cassimila e eu temos a liberdade de compartilhar com você (e talvez nunca nos conheçamos pessoalmente), temas interessantes sobre questões de minoria. Com sorte, algumas dessas coisas que você lê aqui, passe adiante ou te faça questionar ainda mais alguns hábitos ou pessoas. Eu realmente acredito que as grandes transformações começam com pequenos passos, em atos cotidianos. (S.M)
Vaca Profana
"Estou aqui sentada esperando que eles venham. Não há ninguém para me ajudar ou a minha família. Estou apenas sentada com eles e com meu marido. E eles virão atrás de pessoas como eu e me matarão. Eu não posso deixar minha família. E de qualquer forma, para onde eu iria?". Provavelmente você leu essa declaração dada pela primeira prefeita eleita do Afeganistão, Zarifa Ghafari. Ela é ativista dos direitos das mulheres em seu país, foi escolhida aos 26 anos como prefeita da província de Maidan Warnack. Desde que assumiu o cargo, em 2018 e antes da retomada do poder pelo Talibã, a política enfrentou ameaças de políticos homens que não a aceitavam no poder e também do grupo terrorista. Semanas antes, Ghafari declarou em uma entrevista que sentia esperança nos jovens pela primeira vez agora que eles podem se comunicar pelas redes sociais. Mais sobre a história de Ghafari, aqui.
Cidades projetadas por mulheres
Matéria delícia de ler (e aprender) sobre como precisamos de mais mulheres projetando e tendo visibilidade no urbanismo, design de cintos de segurança e tudo mais - obrigada, Tita! (C.E)
Pode entrar, Tofu!
Primeiro e sempre: o melhor vídeo que você poderia ver de TOFU
Relaxa e enche o coração de amor.
Tofu é originalmente chinês e se espalhou fácil pela Ásia muito provavelmente devido a religiosos budistas. Existem fortes indícios que os chineses teriam aprendido a técnica dos mongóis, que faziam queijos de leite de animais.
Já tentei fazer do zero, mas, apesar de parecer simples, me deixou doidinha, então hoje em dia eu só compro. Agora, especialmente para os que acham tofu sem graça, algumas das minhas receitas preferidas de tofu (tô babando só de escrever).
- Ricota de tofu com limão siciliano
- Hambúrguer de tofu com sementes de girassol
- Mousse de chocolate do Jamie Oliver
E não poderia deixar de citar aqui que o tofu tradicional (usado nas receitas acima) não leva tempero nenhum, nem sal. Para quem quiser uma versão diferente, recomendo muito o tofu frescal e o defumado da marca UAI que já vem com sal. Aliás, essa UAI era uma fábrica de queijo mineiro que veganizou, aquele tipo de história que derrete o coração aqui. O defumado deles fica excelente em cubinhos no yakisoba! <3 (C.E)
E Buda desabou de vergonha
Não, não vou falar do caso da monja antiveganismo em parceria com a grande empresa de cerveja. Esse é o nome de um filme de 2007. De verdade ainda não tive estômago pra ver, mas só de saber da existência desse filme… A diretora é a Hana Makhmalbaf, iraniana, e o título se refere à enorme estátua de Buda que foi detonada no Afeganistão… vale muito correr lá nos destaques da musa @kaymavrides, de onde tirei essa dica preciosa para você. (C.E)
Tem que Ler!
Pra aliviar (ou não) o peso dos nossos tempos, especial para quem tá na fase fértil, chega no mais novo trabalho da Bruna Maia (@estarmorta) que só tá disponível em eBook, um zine explícito (cuidado manas muito castas, rs):
O Novinho do Sebo, A vida como ela seria.
Imagina Nelson Rodrigues mulher? Começa assim...