Essa news merece uma pausa no seu dia
Saudações, Vaca Pandêmica.
Chegamos à nossa edição de maio bem nutridas, maquiadas e profundas, refletindo sério sobre a morte para ter a vida mais maravilhosa possível aqui e agora, até mesmo no home office.
Vem?
Chama azamiga!
Sarah e Cassimila
Vaca Profana
Eu sempre gostei do extravagante, do exagerado, da roupa mais estampada. Quando criança, eu ficava encantada com a imagem da Elke Maravilha. Eu não conseguia identificar se, com aquele vozeirão poderoso, aquela risada gostosa e aquele monte de cabelo, era uma mulher ou uma drag queen. Para mim, era simplesmente um ser extraterreno. O mais curioso é que não soube muito sobre quem de fato era a Elke Maravilha enquanto ela estava viva. Bastava vê-la na TV, escutar sua risada bem humorada e suas opiniões ácidas. Quando ela morreu, em 2016, me deparei com uma matéria da Veja sobre ela que me fascinou. Passei dias pensando no que significa ser “apátrida”, sobre esse sentimento de não pertencer a nenhum lugar (pelo menos na Terra). Ainda assim, ter sido modelo na juventude, ter se casado 8 vezes, ser apresentadora, jurada, atriz e quem mais ela quisesse. Que loucura sua história, Elke! Ao procurar a tal da matéria para incluir aqui na news, encontrei um artigo mais recente, de 2020, em que Chico Feliti descobriu algumas outras coisas sobre nossa Vaca Profana, entre elas, a informação que Elke Maravilha não era Russa e, sim, Alemã. Agora, acho que eu tenho meu veredito. A Elke Maravilha era uma deusa, dessas que a gente segue acreditando no poder de suas histórias transformadoras, ainda que elas sejam um pouco absurdas. <3 (S.M)
Será que essa maquiagem é mesmo vegana?
Podem pensar que a maquiagem vegana vai ser sempre mais simples e natureba, mas tá aqui a nossa primeira Drag Queen preta e vegana, @leyllahdiva, para te provar que não. O seu caminho é o que você quiser e, mesmo assim, ele pode ser mais amoroso com todos os seres e com a natureza (viva!).
Deixando a discussão sobre a pressão em cima da aparência feminina e sobre os problemas da produção de cosméticos para depois, vamos aqui te ajudar a já veganizar sua pele e cabelo, no seu estilo, do basiquinho à Elke:
- Busque os selos “cruelty free” e “produto vegano”, mas se a empresa for grande desconfie;
- Já viu o curta Salve o Ralph? Se o tema testes em animais é novo pra você vale a pena ver;
- Os melhores apps para te ajudar são gringos e em inglês (se você mora fora, teste o “bunnyfree”). Pelo Brasil vale acompanhar esse perfil de Instagram que chega nos babados da Natura, por exemplo, e também traz várias dicas de marcas veganas, todos os preços! (C.E)
Diário de bordo de uma amante do home office
A dificuldade de se adaptar ao “home office” foi algo quase geral entre amigos e colegas de trabalho nesse último ano. E ter de se adaptar a ficar em casa em meio a uma pandemia de um dia para o outro é ainda mais pesado. Ninguém cogitou que duraria tanto tempo. Mesmo depois de mais de 12 meses, muitos ainda seguem em casa e tem quem vai continuar nessa rotina por um bom tempo, já que muitas empresas adotaram o trabalho remoto de maneira definitiva. Há 10 anos eu tive minha primeira experiência trabalhando de casa e, em 2015, chutei o balde e trabalho de maneira remota desde então. A verdade é que eu ODIAVA ter de ir até um escritório. Detestava aquela dinâmica de horário, de gente falando, de intriga. E olha que conheci meus melhores amigos na labuta, hein? Por estar nessa rotina há tanto tempo, quero compartilhar algumas coisas que eu aprendi para não ter aquele sentimento de que estou trabalhando mais, não enjoar das coisas e ainda fazer amizades (sim, gente, é possível). Vamos lá:
- Estabeleça horários para sua rotina. Se você começa a trabalhar às 9h, acorde um pouco antes. Tome café em paz e tenha um momento para você e família, se for o caso. Não acorde respondendo mensagens e não leia seus e-mails ou WhatsApp de trabalho antes do horário do expediente;
- Falando em WhatsApp, bem, esse troço é inimigo número 1 do trabalho a distância. Quem responde mensagem não produz. Portanto, NÃO aceite demandas por ali ou por qualquer outro comunicador instantâneo. As mensagens se perdem e com elas, as tarefas. Chegou pedido urgente ou aquela dúvida que uma pesquisadinha no Google poderia resolver, com muita elegância, peça para a pessoa enviar o pedido por e-mail ou responda que quando você tiver um tempinho pode fazer a pesquisa no Google e enviar para ela;
- Estabeleça limites de reuniões diárias. Se as presenciais tendiam a não ser nada produtivas, as “calls” menos ainda. Portanto, agende no máximo três reuniões por dia. Esse é um número que funciona para mim e sempre no fim da tarde - a partir das 15h. Claro que tudo depende do assunto a ser tratado e a gente sabe quando é algo que demora mais tempo. Dependendo do tema da reunião, uma por dia é o limite;
- Foque em tarefas diárias e menos no tempo da jornada laboral. Ou seja, tenha no dia um X número de demandas prioritárias e trabalhe com a meta de terminá-las. Independente do tempo de trabalho. Quero dizer, se você precisa trabalhar 8 horas, mas termina as prioridades em 6 horas, ótimo. Se passar um pouquinho do tempo, tudo bem. Contudo, que isso não vire rotina;
- Tenha um horário para parar. Sim, jogue a caneta. Se você tem a impressão que trabalha mais em casa, pare e volte no tempo um pouquinho. Quantas vezes você não ficou no escritório até às 20h ou passando disso? Acontece que como estamos em casa e tudo parece a mesma coisa, sem sair para almoçar e conversar com os colegas, fica essa sensação que trabalhamos mais;
- E é exatamente por isso que você deve tirar uns minutos do dia para descansar. Tome um café, chá, uma saladinha de fruta, dê um abraço no seu pet, veja algum desenho com seus filhos, etc. Mas, descanse. É importante.
Falando assim parece fácil, né? E é. Vale entender por onde é mais fácil para você começar a estabelecer rotina de trabalho e a dizer seus “nãos” (aliás, isso pode ser assunto para outra news). (S.M)
Hummus - a melhor pasta do mundo
13 de maio é o Dia Mundial do Hummus, sabia? Essa delícia originalmente vegana já me salvou em tantas refeições improvisadas pelo mundo. Aqui no Brasil muitas vezes pensam “é vegano = salada”, mas pra minha felicidade em muito lugar por aí “é vegano = hummus”.
Curiosidades:
- O nome original do prato é hummus bi tahine, só “hummus” significa grão de bico em árabe;
- O grão de bico é cultivado no Oriente Médio e na Índia há milhares de anos, o que faz pesquisadores pensarem numa origem muito antiga do prato;
- O hummus também é típico no norte da África e em toda região do mediterrâneo;
- Existe uma “hummus war” entre países que reclamam o prato para si (Israel e Líbano) fazendo com que o hummus seja até símbolo da tensão no oriente médio;
- Essa guerra chegou ao livro Guiness dos Recordes e eu só fico sonhando com uma festa com meus melhores amigos em volta dessas quase 11 toneladas de hummus quando essa pandemia acabar;
- Os primeiros registros apareceram em livros de receita do séc. XIII do Cairo (grão de bico + tahine) e da Síria ( grão de bico + limão), mas nessa combinação mais popular de hoje (grão de bico + tahine + limão + alho), só aparece registro no século 18, num livro de receitas de Damascus, hoje capital da Síria ;
- Essa receitinha perfeita de base da Sandra (que chegou a organizar tours politico-veganos-feministas pela Palestina) você pode variar adicionando um pedaço de beterraba (pra ficar rosa) ou um pedaço de abacate ou espinafre (pra ficar verde) sempre lembrando de ajustar o tempero;
- Hoje em dia ela também divulga esse “hummus cubano” que a irmã aprendeu em Cuba e sou louca pra fazer;
- Não precisa tirar a casca, mas sim precisa deixar de molho e trocar a água;
- Não precisa comer só com pão, tente com salsão, cenoura ou rabanetes crus, até mesmo substitua o feijão no seu PF de todo dia;
- O gergelim entra no ciclo das sementes que já falei tanto por aqui na 2ª fase do ciclo, então se você tá de TPM, arrasa no hummus! (C.E)
Tem que Ler!
"Embora quase tudo o que faz a gente perder o sono gire em torno de problemas concretos, na beira da morte ainda não ouvi ninguém dizer que a vida valeu a pena porque nunca foi demitido, nunca levou um fora ou nunca perdeu a paciência. Até hoje, não ouvi ninguém se despedir da vida dizendo: “Morro feliz porque sempre tive bom senso.” Ainda não ouvi ninguém dizer que está morrendo em paz porque tem casa própria ou porque trocou de carro todo ano. Por enquanto, ninguém me confidenciou que estava pronto para morrer porque sempre teve dinheiro guardado para uma eventualidade. Aqueles que adoram repetir as palavras “nunca” ou “sempre” devem se preparar para uma boa lição lá na última curva.
Se essa gente boa se preocupasse em cuidar bem de perto de tudo que a gente não pode comprar seria muito mais fácil ser feliz, porque na vida o que conta mesmo é o que não se conta."
Com tanta morte acontecendo sem cuidados paliativos, sem poesia, sem vacina, sem abraço, eu só consigo pensar no tanto que ainda precisamos falar, estudar e nos aproximar desse nosso destino final de um jeito bonito. No tanto que precisamos enlutar e sonhar um mundo de mortes mais bonitas. Ana Claudia Quintana Arantes é uma grande médica especializada em luto e cuidados paliativos, e dentre seus livros o meu preferido é sim e com certeza o “Histórias Lindas de Morrer”, que traz vida e morte de alguns de seus pacientes. (C.E)
Refletir sobre a morte
3 minutinhos de Ana Claudia pra finalizar essa news te estimulando a tornar a sua vida mais maravilhosa agora, com profundidade, apesar de tudo. (C.E)