[especial Consciência Negra] Essa news tá lotada de bom conteúdo!
Oi, ! Tudo bem?
Estamos especialmente felizes de chegar na segunda edição da nossa newsletter. Recebemos mensagens muito carinhosas e de incentivo por parte de vocês e nos empolgamos muito com esse especial sobre Consciência Negra.
Queremos uma VIDA de Consciência Negra, mas, como sabemos que a humanidade ainda tem chão pela frente, acreditamos que seja importante marcar bem a presença dessa data!
Nosso projeto segue cheio de vacas (profanas e sagradas, feministas e veganas). Sendo assim, nessa news também te chamamos para um consumo mais consciente, para pensar sobre o real valor da ética e de dar passos em direção ao mundo que a gente quer.
Agradecemos a todas e damos as boas-vindas às novas feganistas que estão chegando por aqui. =)
Um beijo,
Cassimila e Sarah.
Vaca Profana
Não faltam exemplos de mulheres incríveis para levar o troféu Vaca Profana de novembro. Acredito que a Hattie McDaniel tenha um pouco - ou muito - de cada uma delas. Ela foi atriz de Hollywood nas décadas de 30 e 40, sendo a primeira mulher negra a levar um Oscar pela sua atuação em “E o Vento Levou”, em que interpretou a empregada Mammy. Na ocasião, apesar de levar o prêmio, foi proibida de se sentar na fila principal e teve de assistir à premiação a uma certa distância. Isso porque, em 1940, quando foi anunciada como ganhadora, ainda rolava nos EUA a lei Jim Crow, que separava negros e brancos nos espaços públicos. A participação de Hattie no filme gerou polêmica entre outros artistas negros por abraçar o esteriótipo na telona. Sobre isso, ela dizia: “Prefiro interpretar uma criada por 700 dólares a ser uma por 7”. Como seus feitos na sétima arte não fossem suficientemente fascinantes, McDaniel também tinha uma vida pessoal movimentada, tendo ido para cama com atrizes renomadas do cinema da época. Eu conheci um pouco sobre Hattie McDaniel na série Hollywood, na Netflix e compartilho mais sobre ela aqui, nesta reportagem do El país. (S.M)
Não aprendi na escola
Talvez não seja uma novidade para você, mas aprendi recentemente sobre a abolição da escravidão no Ceará, em 1884, 4 anos antes da Lei Áurea. O movimento foi liderado pelas elites, tendo estudantes, comerciantes e intelectuais da época na liderança. O pontapé para que a liberação acontecesse veio por uma ordem de um líder jangadeiro, conhecido como Dragão do Mar, que proibiu o embarque e desembarque de escravos no porto. Maria Tomásia Figueira, filha de aristocratas, está entre as principais articulistas do movimento, tornando-se presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, que reunia mais de 20 mulheres a favor da abolição da escravidão. Apesar das intenções, não houve um planejamento para melhora de vida dos negros e ex-escravos, que seguiram vivendo na pobreza. Achei esse episódio na história bem interessante, dando espaço para entender um pouco o contexto histórico do Ceará. E, claro, para questionar por que não me foi contada lá na quinta série. Se quiser saber mais sobre esse capítulo, indico o EP 48 do Podcast História em Meia Hora. (S.M)
O que você sabe sobre empreendedorismo da mulher negra?
Segundo matéria do Correio Braziliense, o Brasil conta com 14 milhões de empreendedores negros e 57% deles afirmam já terem sofrido algum tipo de preconceito. Se focarmos apenas nas mulheres negras que têm seu próprio negócio, 59% tiveram pedido de empréstimo negado. Diante dessa situação, queria fazer uma reflexão: o quanto você tem apoiado negócios de mulheres negras? Apresento algumas delas aqui para você levar em conta. A @pratadasp é um restaurante vegano em São Paulo, um sonho realizado em pleno 2020 pela Govinda. As fotos do perfil dela falam muito mais do que eu poderia expressar aqui. Outra diva visionária do empreendedorismo vegano é a @toyavegan, da Tia Selma, que tem uma proposta mais popular de pratos veganos e neste ano começou a fazer entregas das suas delícias de bike. É demais pro nosso coraçãozinho. E para não dizer que a gente só fala de comida aqui, também tem a @euvua, marca vegana de bolsas e mochilas, idealizada pela querida Yeda Miranda, uma das poucas negras presentes na feira vegana. (S.M)
Siga estas mulheres!
Um tempo atrás, conversando com uma amiga de trabalho sobre influenciadoras, me dei conta que minhas referências eram todas de mulheres brancas. Boa parte, resquício da minha época como social media (o que diz muito também sobre preferência de marcas, né?), e o restante, mulheres com as quais eu me identificava - nenhuma fora de um certo padrão. Para mim, foi importante entender a necessidade de procurar outras caras, outros contextos e aprender de diferentes bolhas. Fica aqui alguns @ de divas incríveis para você dar um nó no algoritmo do Instagram: @afro.sou, @movimentoafrovegano, @natalyneri, @samantaluz, @xeniafranca, @luciane.corpoemdiaspora, @narunacosta, @gabidepretas, @gypsetcity, @thallitaxavier e @eutamiresdasilva. (S.M e C.E)
PATACONES. Caribe e banana fora da caixa de bombom
A primeira vez que comi banana verde foi quando visitei Cuba. Biomassa não era tão moda por aqui ainda. Os cubanos ficavam com dó da vegetariana que não comia carne (tem todo um histórico de privação de carne contra a vontade por lá), mas sempre ofereciam um prato maravilhoso e equilibrado com arroz, feijão, legumes e patacones. Patacones é um dos nomes que se dá para a banana verde frita (e refrita) deliciosa que é típica por muitas regiões da América Latina. Por aqui, quando pensamos em banana verde vem a ideia de comida saudável, pois por lá é fritura, deliciosa e não tem nada de frescura. Aqui vai um videozinho do estilo haitiano para vocês salivarem ou tomarem coragem de fazer. (C.E)
Quebrando o tabu: qual o valor que você dá para produtos veganos?
Natal tá logo ali, né? Achamos que vale super a pena tentar desmistificar um pouco aquela percepção que produtos veganos são mais caros e passar a considerá-los para sua lista de presentes. Primeiro de tudo, será que eles são de verdade mais caros ou você não estaria tendo uma ideia de que eles têm menor qualidade? Já que fomos treinados a pensar que peças de couro, por exemplo, são melhores porque duram mais. O que tá em jogo aqui e que talvez não consideremos, é todo o sistema que marcas e até mesmo empresas pequenas empreendem para criar itens mais resistentes, com produção limpa, pagamento de impostos e de colaboradores de forma justa, saindo um tanto dos processos “padrões”. Imagina o trabalhão que deve dar transformar garrafa pets em sapatos, como faz a @insectashoes? Então, te convidamos a pensar nisso quando torcer o nariz ao achar produtos veganos caros. A dica para quebrar essa percepção é começar pela comida, deixando de comer a carne do futuro e fazendo você mesmo seu hambúrguer vegano . Por que não presentear com QUALIDADE e VEGANO, valorizando pequenos produtores, cuidadosos na escolha dos ingredientes, marcas sem trabalho escravo, sem violência animal? Só vemos vantagens!
Ideias de preços variados:
Queijos veganos fermentados, pães sem glúten, tortas sem açúcar: @expinafru
Panetones: @curryupvegan e @saboresdanega
Velas e plantas no bambu: @Claravelasbambu
Cosméticos: @caiocosmeticos, @cativanatureza, @boutiquedocorpo
Sapatos: @useahimsa (primeira fábrica totalmente vegana), @urbshoes
(C.E e S.M)
Tem que ler!
“Deus, quando você irá criar uma mulher que se sinta satisfeita com sua própria pessoa, um ser humano pleno, não o apêndice de alguém?”, orava ela em desespero.
Sim, tenho muitos filhos, mas com o que vou alimentá-los? Com minha vida. (...) Eles adorarão meu espírito morto para que zele por eles: ele será considerado um bom espírito enquanto eles tiverem fartura de inhame e de filhos (homens) na família".
As Alegrias da Maternidade, de Buchi Emeneta, é rasteira atrás de rasteira. Mas vem em um ritmo que te embala, então, pelo menos para mim, não causou sofrimento agudo, choradeira. Foi sim uma riqueza de tema para refletir, causou aquele incômodo necessário para gente evoluir, além de muito aprendizado sobre a cultura nigeriana (que não é única). Aliás, esse mergulho no oeste da África (e o tanto que eu não sabia nada de nada de lá) me despertou a curiosidade para as origens do povo brasileiro de hoje e eu adorei ler essa matéria sobre os estudos de DNA dos povos negros americanos.(C.E)
RACISMO E LATICÍNIOS: já pensou nessa ligação?
E foi através da DIVA @afro.sou que conheci esse vídeo sobre a ligação entre racismo estrutural e o consumo de laticínios. Em 8 minutos, o Dr. Milton Mills deixa a gente de cara e mais consciente para cuidar da saúde.(C.E)